
A central a carvão de Pecém, que acaba de vender, gerou imparidades de €338 milhões no último ano e meio
A central a carvão de Pecém, que acaba de vender, gerou imparidades de €338 milhões no último ano e meio
Editor de Economia
Passaram 16 anos desde que, em outubro de 2007, a EDP assegurou um contrato de longo prazo para reforçar o seu negócio no Brasil, aliando-se ao empresário brasileiro Eike Batista para desenvolver uma central a carvão no Ceará. O negócio era promissor, com margem bruta garantida e custos com combustível por conta do sistema elétrico brasileiro. Dezasseis anos depois, a EDP vendeu 80% da central, uma aposta que começou e acabou no vermelho. E com elevadas imparidades.
A elétrica vendeu 80% da Pecém Geração de Energia à Mercurio Asset, com opção de venda dos restantes 20% até 2027, quando termina o contrato de longo prazo. Há 16 meses que a central de Pecém está parada devido à elevada disponibilidade hídrica na região. A termoelétrica fechou 2022 com um prejuízo de €120 milhões e gerou imparidades de €233 milhões nas contas da EDP no ano passado, devido ao facto de o grupo não ter garantias de que a central consiga continuar a vender energia após 2027. E no primeiro semestre de 2023 a EDP registou uma imparidade adicional em Pecém de €105 milhões (com impacto negativo no resultado líquido do grupo de €61 milhões). Já em 2019 tinha registado imparidades de €297 milhões com as suas centrais a carvão em Portugal e Espanha.
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