Na manhã seguinte a um casamento em Vermont este verão, os meus amigos estavam a recuperar numa banheira de água quente enquanto eu lutava com um caixote do lixo. E limpava o balcão da cozinha. E tirava a roupa da cama. E levava a reciclagem para a rua. Toda a gente estava feliz num hotel antes de enfrentar uma viagem de seis horas de volta a Nova Iorque, exceto eu e o meu namorado, que cometemos o erro de ficar num Airbnb. Apesar da taxa de limpeza de €90, estávamos presos a uma lista desconcertante de tarefas que tínhamos de completar antes de sair da casa.
Algo de estranho se passa com o Airbnb nos dias que correm. Aqueles que procuram um lugar singular e acolhedor para ficar têm agora muitas vezes de enfrentar preços altos, taxas inconsistentes, pedidos de check-out que dão trabalho e fotos e descrições pouco confiáveis. Como me aconteceu em Vermont, arriscam-se a ficar numa das várias casas pré-formatadas do mesmo anfitrião, que se parecem menos com uma “acolhedora cabana de esqui” e mais com uma “sala de exposições da IKEA que nunca teve o toque humano”. Não só os clientes estão furiosos, expressando a sua indignação nas redes sociais, como as cidades têm estado a restringir a plataforma. No início deste mês, a cidade de Nova Iorque instituiu uma nova lei drástica que proíbe efetivamente a maioria dos alugueres de curta duração, resultando no desaparecimento de 15 mil anúncios de alojamentos do Airbnb.
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*Autora da newsletter “Embedded” sobre cultura digital
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