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Para Musk, o “verdadeiro impacto para a Humanidade” está na “internet, energia sustentável e as viagens espaciais”

Para Musk, o “verdadeiro impacto para a Humanidade” está na “internet, energia sustentável e as viagens espaciais”

É uma das personalidades que mais fascínio exerce sobre o mundo ocidental, mas não é um herói aos olhos de todos. Da infância traumática à conturbada vida adulta, Walter Isaacson constrói uma biografia que se relaciona com tudo o que se ouve diariamente sobre o empreendedor

Teoria da informação, engenharia, física e programação. O cérebro de Elon Musk — homem forte da Tesla e da SpaceX — funciona de forma binária, como se de um computador se tratasse, a uma velocidade que muitos teriam dificuldade em acompanhar, mesmo que a racionalidade não seja uma característica que a maioria lhe atribuísse. Parece haver sempre algo mais do que uma soma de fatores que o leva a determinada decisão, mas também não se vê em Musk a intuição do homem com quem há alguns anos era comparado — e sobre o qual Walter Isaacson também escreveu uma extensa biografia (“Steve Jobs”, Objetiva, novembro de 2011) — ou capacidades sociais que o fizessem projetar em comum um futuro por si imaginado.

Em “Elon Musk” (Objetiva, setembro de 2023, assinado por Walter Isaacson), o amigo Antonio Gracias atribui aos traumas da infância vivida na África do Sul — marcada pela violência do apartheid e pela violência do pai — parte dos problemas de integração em sociedade. Mas cada pessoa que lhe é próxima encontra uma explicação para o comportamento errático do também dono da rede social entretanto rebatizada de X. Gracias, o investidor que ajudou Musk a montar a estrutura necessária para comprar o Twitter e que já tinha participado em quatro das primeiras rondas de financiamento da Tesla (através da Valor Management), considera que o stresse pós-traumático da infância se apodera da parte do cérebro responsável pelas respostas emocionais (o sistema límbico) e que é isso que faz deste um homem pouco empático. Já Maye, a mãe do multimilionário, aponta para a Síndrome de Asperger que o próprio filho já disse ter (mesmo que o diga sem qualquer diagnóstico profissional). “Sou obsessivo-compulsivo por natureza”, chegou também a declarar num e-mail enviado ao sócio Harris Fricker, numa frase reproduzida na biografia escrita pelo ex-presidente do conselho de administração da CNN e editor da revista “Time”.

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