A frente externa dá, a frente externa tira. Esta é uma afirmação que encaixa na perfeição no desempenho da economia portuguesa na primeira metade deste ano. Depois da surpresa positiva no primeiro trimestre, quando - impulsionado pelas exportações - o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 2,5% em termos homólogos (ou seja, em relação ao mesmo período do ano anterior), e 1,6% em cadeia (ou seja, em comparação com os três meses anteriores), o segundo trimestre foi de abrandamento marcado. Os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmaram um avanço de 2,3% em termos homólogos, mas um crescimento zero em cadeia.
A explicação para esta estagnação face aos primeiros três meses do ano está na degradação da frente externa. As exportações sofreram mesmo uma contração, especialmente marcada nos serviços, onde pesa o turismo. Na frente interna, consumo privado e público aceleraram, e o investimento caiu menos em termos globais, embora o recuo se tenha acentuado considerando apenas a Formação Bruta de Capital Fixo.
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