Economia

INE confirma crescimento homólogo de 2,3% do PIB no segundo trimestre e estagnação face ao trimestre anterior

Foto: Getty Images
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Os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística confirmam os números avançados na estimativa rápida no final de julho: a economia portuguesa avançou 2,3% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano, registando uma estagnação na comparação com os três meses anteriores

A economia portuguesa avançou 2,3% em termos homólogos no segundo trimestre deste ano (ou seja, face ao segundo trimestre de 2022), mas estagnou em cadeia (isto é, na comparação com os três meses anteriores), confirmou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Números que traduzem um abrandamento marcado face ao primeiro trimestre do ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) tinha crescido 2,5% em termos homólogos, e 1,6% em cadeia.

A explicação está na deterioração da frente externa, aponta o INE.

De facto, “o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB diminuiu para 1,4 pontos percentuais (p.p.)”, o que compara com 2,4 p.p. no primeiro trimestre deste ano, indica o INE.

Foi o resultado de uma desaceleração das exportações de bens e serviços (em volume) mais acentuada que a das importações de bens e serviços. Os números do INE indicam que as exportações cresceram 4,3% em termos homólogos no segundo trimestre, o que compara com um aumento de 10,1% no primeiro trimestre. Já as importações subiram 1,3% no segundo trimestre, o que compara com 4,5% nos primeiros três meses do ano.

Em sentido contrário, o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB aumentou, passando de 0,1 p.p. no primeiro trimestre de 2023, para 1 p.p. no segundo, aponta o INE. A explicação está numa redução menos pronunciada do investimento, apesar de um ligeiro abrandamento do consumo privado.

Consumo privado abranda ligeiramente, consumo público acelera, investimento cai menos

Por componentes da procura interna, em termos reais, verificou-se uma ligeira desaceleração do consumo privado (que, para além das famílias, inclui as instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias). De facto, os dados do INE indicam que o consumo privado aumentou 1,4% em termos homólogos no segundo trimestre, o que compara com 1,5% no primeiro trimestre.

Em contraponto, o consumo público (despesas de consumo final das
Administrações Públicas) cresceu 1,1% em termos homólogos, “taxa 0,9 p.p. superior à do trimestre anterior”, aponta o INE.

Por sua vez, o investimento diminuiu 0,6% em termos homólogos, ainda assim, melhor do que a redução de 4,5% no primeiro trimestre.

No que toca à estagnação em cadeia do PIB, o INE aponta que o contributo da procura externa líquida foi negativo no segundo trimestre (-0,4 p.p.), após ter sido positivo nos primeiros três meses do ano (2,3 p.p.). Número que foi consequência da diminuição das exportações.

Já o contributo da procura interna para a variação em cadeia do PIB foi positivo, passando de -0,7 p.p. no primeiro trimestre para 0,4 p.p. no segundo. Este evolução refletiu “a aceleração do consumo privado e uma diminuição menos intensa do investimento”, indica o INE.

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