Alvo de buscas na quinta-feira, a Altice Portugal decidiu abrir uma investigação interna. Armando Pereira, antigo acionista da Altice, e altos quadros da empresa foram alvos de buscas. O co-fundador do grupo Altice está detido para interrogatório.
"O Grupo Altice já deu início a uma investigação interna relacionada com os processos de compras e os processos de aquisição e venda de imóveis da Altice Portugal, bem como de todo o Grupo Altice", avançou fonte oficial da Altice Portugal.
Sob investigação do Ministério Público, operação a que deu o nome "Operação Picoas", estão suspeitas de corrupção e da existência de esquema fraudulento, que de acordo com a SIC, terá lesado a Altice em vários milhões de euros, podendo estar em causa ganhos ilícitos superiores a 250 milhões de euros.
Estará também sob investigação a simulação de negócios imobiliários e a ocultação de proveitos na alienação de património, incluindo imóveis da antiga PT. Um dos negócios agora investigados envolve a venda de quatro prédios, em Lisboa, por 15 milhões de euros.
Em comunicado, a Altice esclarece que "com efeito imediato, e até nova ordem, o Grupo Altice pediu às sociedades participadas que suspendam qualquer pagamento às entidades visadas pela investigação"; "suspendam qualquer nova ordem de compra (individual ou parte de um contrato principal) com estas entidades".
Foi determinado também, esclarece, o reforço "do processo de aprovação do Grupo relativamente a qualquer ordem de compra".
Armando Pereira já não é acionista da Altice, mas não foi possível confirmar qual é a relação que o investidor e empresário minhoto tem com a operadora, uma vez que foi ele o rosto da entrada do grupo franco-israelita em Portugal, em 2015, quando era ainda parceiro de Patrick Drahi. Foi também fundador e acionista de empresas do grupo Altice Portugal. O Expresso questionou qual a relação de Armando Pereira com o grupo em Portugal, mas até agora não obteve resposta.
Liderado por Ana Figueiredo, a Altice Portugal diz que "continuará a tomar todas as decisões no interesse das suas sociedades participadas, acionistas, fornecedores e clientes e informará oportunamente sobre os desenvolvimentos relevantes".
A operadora, sublinha ainda que confirmou, a 13 de julho de 2023, que foi uma das empresas alvo de buscas pelas autoridades portuguesas em cumprimento de um mandado, emitido pelo Ministério Público, no âmbito de uma investigação em curso dirigida a indivíduos e entidades externas ao grupo Altice".
A Altice Portugal diz que "está a prestar toda a colaboração solicitada e estará sempre disponível para qualquer esclarecimento".
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