Economia

Economia cresce e as pessoas não sentem? A culpa é da inflação, dos juros e dos salários

27 maio 2023 10:08

josé fernandes

Portugal cresce bem mais do que se previa, mas condições de vida de muitas famílias não estão a melhorar

27 maio 2023 10:08

Depois do forte arranque de 2023, as projeções de crescimento para a economia portuguesa este ano têm vindo a ser expressivamente revistas em alta. Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional, por exemplo, que apontavam para 1%, subiram esse número para 2,4% e 2,6%, respetivamente. Apesar de tudo indicar um segundo trimestre mais fraco, parece certo — salvo alguma hecatombe — que o Produto Interno Bruto (PIB) vai avançar bem acima do que se esperava, ainda que abrandando face aos 6,7% de 2022.Mas, se a economia está melhor do que se esperava, porque é que muitas famílias não o sentem nas suas condições de vida? A culpa é da inflação ainda elevada, da queda dos salários reais, da subida do desemprego e do disparo dos juros, agravando — muito — as prestações do crédito à habitação.

“As dificuldades que a maioria das pessoas sente no dia a dia prende-se com o aumento generalizado dos preços, o crescimento insuficiente dos salários e o aumento das taxas de juro”, salienta Ricardo Paes Mamede, professor do ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa. Ora, “o facto de a economia crescer não implica a inversão imediata de nenhuma destas tendências”, sublinha. Aliás, “um bom desempenho da economia tende a criar pressões adicionais sobre os preços e, se for comum ao conjunto da zona euro, leva o Banco Central Europeu a elevar ainda mais as taxas de juro”, frisa o economista.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.