Pelo 19º ano consecutivo, chegou a altura de distinguir os líderes do futuro e já são conhecidos os cinco finalistas deste ano. Falamos do Prémio Primus Inter Pares, que junta o Banco Santander Totta e o Expresso, e oferece a possibilidade de os vencedores realizarem um MBA (Master in Business Administration), em Portugal ou no estrangeiro, patrocinado pela própria iniciativa.
Este ano surpreendeu no número de candidaturas, já que foi alcançado um recorde 147 aspirantes a alunos de MBA. Ainda assim, as candidaturas válidas foram 89, já que os restantes candidatos não preenchiam todos os requisitos. Este ano fica também marcado por uma percentagem mais alta de mulheres candidatas.
Os participantes são submetidos a um leque de testes psicotécnicos e do grupo inicial seguem 24 jovens. Este grupo irá realizar uma série de desafios individuais e em grupo, desenvolvidos pela consultora de recursos humanos Egor, em formato online desde a pandemia covid-19, método que a organização decidiu manter “por conseguir chegar aos candidatos que já não estão em Portugal”.
A última etapa destina-se apenas aos cinco finalistas e consiste na derradeira avaliação feita pelo júri do prémio, num frente-frente, que teve lugar esta terça-feira. Pelas palavras dos cinco finalistas ao Expresso, um júri de “respeito” e por quem sentem uma enorme “admiração”.
São eles o presidente do Conselho de Administração do Grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão, o presidente executivo do Banco Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, a international senior advisor da consultora Roland Berger, Estela Barbot, a administradora da empresa Sogrape (e ex-finalista do concurso), Raquel Seabra, e Miguel Poiares Maduro, professor universitário no Instituto Universitário Europeu em Florença e ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.
A sua palavra dirá quem serão os primeiros três classificados com direito a escolher um MBA nacional ou internacional, - por ordem de classificação - sendo que só uma das escolhas pode recair sobre uma escola no estrangeiro. Os últimos dois, têm direito a uma pós-graduação numa universidade portuguesa.
Passemos à apresentação dos finalistas: António Teiga Vieira, de 23 anos, com mestrado em Finanças na Nova School of Business and Economics; Duarte Pereira, de 25 anos, com mestrado em Finanças na ISCTE Business School; João Abrantes, de 23 anos, com mestrado em Finanças na Católica Lisbon School of Busines and Economics; Maria José Cardoso, de 23 anos, com mestrado integrado em Engenharia Mecânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA e Maria do Rosário Rocha, de 22 anos, com Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
São vários os pontos que distinguem estes cinco finalistas, mas é comum o sentimento de nacionalismo que os faz desejar ficar ou voltar a terras lusas.
António Vieira soube do prémio através da própria faculdade e se ganhar o primeiro lugar quer fazer o MBA no estrangeiro, como um treino para o futuro que ambiciona: “gostava muito de trabalhar fora, pelo menos 5 a 10 anos, desenvolver a aprendizagem no mundo de banca de investimento. Depois, voltar a Portugal e o plano A seria ter uma posição de liderança num grande banco.”
Admitiu ao Expresso que o frente a frente com o júri foi “muito gratificante”, já que depois de todo o esforço nos diferentes desafios “valeu a pena, senti que cheguei ao ponto final, que consegui e que agora é ganhar!”.
A candidatura ao Primus já estava há alguns anos nos planos de Duarte Pereira. Se ganhar também quer ir para fora, para dar “o ‘check’ no objetivo de ir para o estrangeiro”, já que não conseguiu ir de Erasmus por causa da pandemia Covid-19.
Sente que o prémio o ajudou a definir os seus objetivos, “a curto prazo passa por consultoria estratégica nos próximos 10 anos ou 15 (entre Portugal e o estrangeiro). Depois gostava muito de voltar à minha terra, a Serpa.” O jovem alentejano quer criar uma empresa na sua terra natal para ir contra a falta de investimento no interior português. Partilha com o Expresso que quer "deixar o meu concelho melhor, com uma empresa que privilegie os colaboradores e lhes dê oportunidades, condições e formações”.
No caso de João Abrantes, que também já estava de olho no Prémio, a sua faculdade tirou-lhe as dúvidas que tinha em candidatar-se, ao convidá-lo formalmente. Trabalha em Londres na Bloomberg e diz que “um MBA trará mais capacidades, recursos, reconhecimento e contactos”.
A curto prazo deseja continuar na empresa onde está e depois quer “voltar a Portugal com o meu próprio negócio, uma junção de ‘investment banking’, consultoria e ‘data analyses’.” Mas só volta quando “tiver a certeza que vou criar no meu país um impacto real, tanto do ponto de vista empreendedor, como social.”
Maria José seguiu pela área da engenharia, mas sempre com o ‘bichinho’ da gestão, “quando recebi o e-mail da faculdade a promover o prémio vi que tinha a minha cara”, diz ao Expresso.
Se ganhar não sabe se fica por Portugal ou segue para o estrangeiro, já que ambiciona fixar-se em terras portuguesas. Não põe de lado ir uns anos para fora, mas diz que gosta “demasiado de Portugal, quero ficar cá e fazer pelo meu país, um MBA aqui poderia alargar a minha rede de contactos nacionais”.
Com o objetivo de liderar projetos e equipas, deseja “algum dia almejar em chegar tão longe” como os membros do júri que tinha acabado de enfrentar antes de falar com o Expresso.
A última finalista entrevistada foi Maria do Rosário que está atualmente na área de consultoria de dados e tem o objetivo de dirigir a sua área para a sustentabilidade ou até medicina.
Quer iniciar a carreira em Portugal, passar uns anos fora e regressar ao seu país, tal como os demais finalistas. Destaca que o prémio foi sobretudo um enorme conjunto de momentos de introspeção que a fizeram chegar a algumas conclusões sobre si própria e o futuro.
E partilhou uma delas com o Expresso: “vou agora fazer uma missão de voluntariado em setembro e outubro para São Tomé, e foi muito resultado da introspeção que este prémio me obrigou a fazer”.
Os participantes têm de ter nacionalidade portuguesa, ser recém-licenciados nas áreas de Economia, Finanças, Gestão ou Engenharia, ter idade inferior a 26 anos e uma média de pelo menos 14 valores, sem nunca terem chumbado.
Os resultados do Primus Inter Pares deste ano vão ser divulgados numa cerimónia, no dia 20 de junho, no Museu Nacional de Arte Antiga. O prémio conta com cerca de 1550 candidaturas e 90 prémios nas 19 edições realizadas desde 2003.
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