Economia

Brasil garantiu a sobrevivência da TAP, garantiu-lhe 12 mil milhões de receitas e deu-lhe o hub de Lisboa, assegura Lacerda Machado

Lacerda Machado e António Costa
Lacerda Machado e António Costa
Marcos Borga

Sem surpresa, o antigo administrador da TAP e coordenador da reversão da privatização da companhia voltou a defender a compra da operação da manutenção do Brasil, a VEM. E salientou que foi este negócio que garantiu a sobrevivência da TAP nos últimos 15 anos

"O Brasil foi o melhor investimento que a TAP fez em 50 anos", defendeu o ex-administrador Diogo Lacerda Machado, esta terça-feira, na audição parlamentar de Economia, afirmando categoricamente que "o hub de Lisboa [hoje uma mais-valia] não existia sem o Brasil".

Mantendo o foco na defesa do negócio e na compra da empresa de manutenção da Varig em 2005, Diogo Lacerda Machado, que então era advogado da macaense Geocapital, empresa que também entrou no negócio com a TAP, afirmou que esta operação abriu aquele mercado à companhia portuguesa que "alavancou", segundo as suas contas "uma receita não inferior a 12 mil milhões de euros".

Hoje, defendeu, que existe uma "perspetiva imbecil" sobre o negócio da manutenção no Brasil. E sentenciou: "Talvez sem o Brasil hoje não existisse a TAP". Disse-o em resposta a questões sobre a VEM levantadas pelos deputados do Chega, Filipe Melo, e a Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, e de Bruno Dias, do PCP.

"Aquilo que viabilizou a sobrevivência da TAP durante 15 anos foi o Brasil e aquilo que permitiu que a TAP se tornasse na maior operadora estrangeira no Brasil foi o investimento feito na VEM", repetiu Lacerda Machado, muitas vezes apontado como “o melhor amigo” de António Costa. E acrescentou: "a TAP viveu e vive do Brasil", que "é o seu principal ativo estratégico" e que este "foi de longe o melhor investimento que a TAP fez em 50 anos".

Sobre a VEM, disse o tem sempre dito, assegurou que a Geocapicapital, que entrou em 2005 com a TAP na companhia de aviação, saiu em 2007 sem mais-valias, negando que tenha recebido um prémio de 20%, como chegou a ser noticiado.

A ligação de Lacerda Machado à VEM recua a 2005, ano em que a TAP e a Geocapital (de quem era advogado e se tornou depois administrador) compram a empresa de manutenção brasileira. A este propósito avançou esta terça-feira que o maior investimento para salvar a Varig e a sua manutenção foi do BNDES, o banco brasileiro de investimento.

E para sublinhar o seu ponto, contou ainda aos deputados, que os chineses HNA, que chegaram a estar no capital da Atlantic Gateway, chegaram a pagar mais 500 milhões de euros pela antiga VEM.

Na sua audição, Lacerda Machado defendeu a atuação dos investidores privados da TAP - David Neeleman e Humberto Pedrosa - e criticou o Governo de Pedro Passos Coelho pela privatização em 2015.

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