A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, revelou na Comissão Parlamentar de Inquérito que um antigo administrador da companhia, Maxiliman Otto Urbanh, fez um acordo de pré-reforma de 1,35 milhões. Valor que, sabe o Expresso, seria recebido entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022.
Entretanto, o conselho de administração da TAP considerou o acordo legalmente nulo, e foi solicitada a devolução da verba. Situação que ainda não se verificou, esclareceu Gonçalo Pires, o administrador financeiro da TAP, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP.
“Na sequência da deteção desse elemento, as equipas da TAP pediram a uma equipa externa para fazer uma auditoria externa a todas as situações. Quando estiver concluída será enviada às autoridades", avançou o administrador financeiro da TAP, sublinhando que o pagamento do acordo de pré-reforma foi considerado ilegal, e, por isso, suspenso.
Maxiliman Otto Urban quadro da DGN, empresa de David Neeleman, e considerado na TAP o braço direito do acionista norte-americano, foi administrador da companhia portuguesa entre 2016 e 2017, saiu deste órgão para ser diretor, e voltou para a administração, onde esteve até meados de 2020.. O processo de negociação deste acordo foi conduzido quando Fernando Pinto era ainda presidente da TAP.
Segundo os valores avançados por Mariana Mortágua, o acordo de pré-reforma era de 1.350.545 euros e seria recebido entre dezembro 2018 até dezembro 2022. A este valor acrescia uma indemnização de 85,8 mil euros, e 59,9 mil euros de subsídios de férias e de natal.
Mariana Mortágua elencou as condições do contrato do gestor norte-americano assinado em janeiro 2016, pouco depois de a TAP ter sido privatizada, e David Neeleman se ter tornado, juntamente com Humberto Pedrosa, acionista da transportadora portuguesa. O contrato assinado por Fernando Pinto com Maxiliman Otto Urban, para o cargo de diretor executivo comercial (Chief Commercial Officer), previa um salário anual bruto de 420 mil euros, o equivalente a 30 mil euros por mês.
Estava ainda previsto um prémio máximo de até 315 mil euros com 100 mil euros garantidos em 2016. E também um subsídio mensal de 1000 euros/mês por filho, mais um subsídio anual de alojamento de 84 mil euros, e despesas de mudança de até 20 mil. Se na mudança optasse por vender a casa em Nova Iorque, teria direito a receber 25 mil euros.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes