“Queremos saber o que correu mal. Haveremos de saber”, disse Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed) na conferência de imprensa desta quarta-feira que se seguiu à divulgação de mais um aumento dos juros em 25 pontos-base.
O responsável do banco central não quis alongar-se sobre o que pensa sobre a crise recente, adiantando que uma investigação - nomeadamente sobre a falência do Silicon Valley Bank (SVB) - está em curso. O trabalho é dirigido pelo vice-presidente da Fed, Michael Barr, que é responsável pela supervisão bancária nos EUA.
Apesar de referir a má gestão nos riscos de liquidez e da carteira de títulos no SVB, Powell admitiu que ficou surpreso com “a rapidez da corrida ao banco”. Mas repetiu que o sector bancário norte-americano está sólido e que o que se verificou na recente crise “não são fraquezas generalizadas”.
Entretanto, o Financial Times em Londres adiantou que o Banco de Inglaterra (BoE) tinha avisado as autoridades norte-americanas dos riscos do SVB muito antes do colapso. Numa carta enviada esta quarta-feira a uma comissão parlamentar britânica, Andrew Bailey, governador do BoE, referiu que a unidade do SVB no Reino Unido estava há muito sobre investigação.
A subida moderada dos juros pela Fed e a mensagem de tranquilidade repetida por Jerome Powell sobre a situação do sector bancário norte-americano não foram, contudo, suficientes. As bolsas de Nova Iorque fecharam no vermelho. Os índices de Wall Street e do Nasdaq encerraram com quebras acima de 1,6%.
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