Portuguesa Mafalda Duarte apontada para liderar o Banco Mundial
Depois da saída surpresa de David Malpass, a liderar a instituição desde 2019, perfilam-se agora vários candidatos. Mafalda Duarte é, segundo o Financial Times, uma das hipóteses
Depois da saída surpresa de David Malpass, a liderar a instituição desde 2019, perfilam-se agora vários candidatos. Mafalda Duarte é, segundo o Financial Times, uma das hipóteses
A portuguesa Mafalda Duarte, atualmente a chefiar o fundo de investimento climático do Banco Mundial, foi apontada como uma potencial candidata para liderar a instituição cujo maior objetivo é promover a redução ou eliminação da pobreza, de acordo com o Financial Times.
Mafalda Duarte, que já foi perfilada pelo Expresso em 2018, tem nas mãos um dos instrumentos mais importantes da organização especializada no financiamento de projetos em países em vias de desenvolvimento: o CIF — Climate Investment Funds, especializado em projetos de combate às alterações climáticas, com um poder de fogo atual de 11 mil milhões de dólares (10,3 mil milhões de euros).
De acordo com o “Financial Times”, é exatamente o saber fazer na área do clima que os Estados Unidos procuram para a liderança do Banco Mundial. Os EUA são o maior acionista entre os 190 desta instituição e quem escolhe de facto o seu presidente. Por isso, o jornal considera que Mafalda Duarte está “bem posicionada” para o “desafio” de “aumentar os esforços para mitigar a ameaça do aquecimento global”, diz.
Depois do anúncio surpresa desta quarta-feira da saída de David Malpass, o 13.º presidente da instituição, em junho, o Tesouro norte-americano começou a fazer a sua lista de nomes para substituir Malpass, nomeado durante a administração de Donald Trump. Prevê-se que seja anunciado em breve um calendário para o processo de seleção de quem vai ocupar a presidência do Banco Mundial.
De acordo com fontes do jornal, além de Mafalda Duarte estarão na corrida Samantha Power, atual líder da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional e antiga embaixadora norte-americana nas Nações Unidas; Raj Shah, presidente da filantrópica fundação Rockefeller; Ngozi Okonjo-Iweala, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio; e Gayle Smith, antiga coordenadora de resposta à covid-19 e de segurança sanitária do Departamento de Estado norte-americano. Os nomes terão de ser propostos pelos estados-membros.
Porém, não deverá haver novidades antes de abril, altura em que o Banco faz a sua reunião de primavera, de acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal. E quem quer que seja o sucessor, terá de prosseguir a reforma em curso do Banco e reorientá-lo para o esforço de mitigação das alterações climáticas - algo que Malpass terá sido recalcitrante, chegando a expressar publicamente dúvidas sobre se as alterações climáticas se deviam a intervenção humana, realça o FT.
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