Economia

Economia portuguesa cresceu 3,1% no quarto trimestre e 6,7% no conjunto do ano

Economia portuguesa cresceu 3,1% no quarto trimestre e 6,7% no conjunto do ano
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O Produto Interno Bruto português cresceu 3,1% em termos homólogos e 0,2% em cadeia, nos últimos três meses de 2022, indica a estimativa rápida publicada pelo Instituto Nacional de Estatística esta terça-feira. Crescimento no conjunto de 2022, de 6,7%, é o mais alto desde 1987

Tal como o Expresso tinha avançado, a economia portuguesa conseguiu evitar uma contração no quarto trimestre de 2022 e, apesar de ter abrandado, continuou a crescer, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicada esta terça-feira.

Os números do INE indicam que, em termos reais, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,1% face ao período homólogo, e 0,2% em relação aos três meses anteriores.

Tudo somado, a economia portuguesa avançou 6,7% no conjunto do ano passado. É o crescimento anual mais elevado desde 1987, aponta o INE. Recorde-se que o PIB tinha aumentado 5,5% em termos reais em 2021, após a diminuição histórica de 8,3% em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia de covid-19 na atividade económica.

O crescimento da economia portuguesa em 2022 ficou, assim, acima do previsto pelo Governo em outubro do ano passado, no Orçamento do Estado para 2023, que apontava para 6,5%. Ficou também acima dos 6,2% antecipados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), também em outubro, e dos 6,6% avançados pela Comissão Europeia em novembro.

Já a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), em novembro, apontava precisamente para 6,7%. Quanto ao Banco de Portugal, em dezembro, esperava um crescimento de 6,8%, número ligeiramente acima do agora divulgado pelo INE.

Consumo impulsiona crescimento em 2022

Os números do crescimento da economia portuguesa divulgados pelo INE correspondem precisamente à média das projeções dos economistas ouvidos pelo Expresso há cerca de duas semanas.

O que explica esta evolução? O INE ainda não dá detalhes, que apenas serão publicados no final de fevereiro, mas na análise ao quarto trimestre do ano passado avança que “o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu”. Isto porque verificou-se “uma desaceleração do consumo privado e uma redução do investimento”. Ao mesmo tempo, “o contributo positivo da procura externa líquida também diminuiu, tendo as exportações de bens e serviços em volume desacelerado mais intensamente que as importações”.

O INE indica ainda que nos últimos três meses do ano passado observou-se “uma perda dos termos de troca em termos homólogos, mas menos intensa que as perdas observadas desde o segundo trimestre de 2021, em resultado da desaceleração mais pronunciada do deflator das importações que o das exportações”.

Já na análise ao comportamento da economia portuguesa no conjunto de 2022, a autoridade estatística nacional aponta que “a procura interna apresentou um contributo positivo expressivo para a variação anual do PIB, mas inferior ao observado no ano anterior”. É o resultado de “uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento”, salienta o INE.

Quanto à frente externa, num ano de forte recuperação do turismo, “o contributo da procura externa líquida foi positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021, tendo-se registado uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações”, sintetiza o INE.

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