No seguimento da notícia avançada pelo “Correio da Manhã” de que Alexandra Reis recebeu uma indemnização de 500 mil euros, depois de ter interrompido o seu renovado mandato na TAP, praticamente no seu início, os ministérios das Finanças e das Infraestruturas e da Habitação pediram ao conselho de administração da TAP mais informação jurídica sobre o acordo com a nova secretária de Estado do Tesouro.
“O Ministro das Finanças e o Ministro das Infraestruturas e da Habitação emitiram hoje [segunda-feira] um despacho a solicitar ao Conselho de Administração da Transportes Aéreos Portugueses [TAP] informação sobre o enquadramento jurídico do acordo celebrado no âmbito da cessação de funções como vogal da respetiva Comissão Executiva, de Alexandra Margarida Vieira Reis, incluindo sobre o apuramento do montante indemnizatório atribuído”, lê-se na nota conjunta, divulgada esta segunda-feira.
Segundo recorda o despacho, Alexandra Reis saiu da TAP a 28 de fevereiro. A gestora terá saído devido a um choque de personalidade com a presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener.
No final de novembro, Alexandra Reis, que presidia à NAV (empresa estatal que faz a gestão do tráfego aéreo), foi nomeada para secretária de Estado do Tesouro, na sequência de uma mini-remodelação governamental, ainda que não tivesse qualquer experiência ou filiação política.
A secretária do Estado, que reporta a Fernando Medina, tem uma boa relação com Pedro Nuno Santos, o ministro com a tutela da TAP. De recordar que a privatização da TAP está prevista e deverá ser um dos assuntos políticos com desenvolvimentos ao longo de 2023. Além do mais, trabalhou na TAP com a mulher de Medina, Stéphanie Silva, que em março deste ano anunciou a sua saída da TAP, onde dirigia a área jurídica (desde maio de 2018).
A oposição à esquerda já tinha pedido, nas redes sociais, esclarecimentos ao Governo. "Depois de cortar rendimentos a milhares de trabalhadores da TAP, empobrecer salários e pensões de milhões, é incompreensível o prémio milionário de 500 mil euros pago à ex-administradora Alexandra Reis", criticou o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares. "É um abuso e, sem explicações razoáveis, será mesmo um escândalo", acusou.
Notícia atualizada às 16h01
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