Economia

Foi afetado pela chuva e tem seguro? Tire fotografias a tudo para provar os danos

Foi afetado pela chuva e tem seguro? Tire fotografias a tudo para provar os danos
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

Associação de seguradoras ainda não tem avaliação de todos os sinistros, mas reitera que é preciso um sistema de proteção para catástrofes em Portugal

Os cidadãos que foram afetados pelas chuvadas que tiveram lugar em Portugal, e que sofreram danos que consideram estar cobertos por seguros, devem contactar as companhias, mas devem tirar fotografias ou recolher outras provas dos danos sofridos.

O aviso parte da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), e, através de um comunicado enviado às redações esta terça-feira, a associação que integra as principais seguradoras no país recomenda que os tomadores de seguros “contactem as respetivas empresas de seguros, através dos canais de comunicação disponíveis”.

Além disso, é recomendado pela APS “que registem – através de fotografia, por exemplo – todos os danos materiais causados sobre os seus bens, para que sejam um complemento ao processo de regularização do sinistro”.

A existência de provas sobre os danos sofridos facilita a avaliação do sinistro por parte da companhia, que legalmente é só obrigada a pagar quando a cobertura é aplicável à situação em causa. Tirando a parcela obrigatória, no caso do seguro automóvel, as coberturas podem ir variando nos diferentes contratos, tanto para os carros, como para habitações ou recheios.

A recomendação deixada pela associação de defesa do consumidor Deco no seu site não é muito diferente: “Em primeiro lugar, o tomador do seguro deve contactar de imediato a seguradora e reunir provas do sinistro (fotos, vídeos, nomes e contactos de testemunhas). Deve, também, conservar objetos e bens danificados. As faturas de reparações urgentes pós-sinistro devem ser guardadas para serem, posteriormente, remetidas à seguradora”. Isto porque há materiais que pode ser necessário comprar no imediato, mas cujo encargo pode também estar coberto no seguro contratado.

Indemnizações significativas

A APS, presidida por José Galamba de Oliveira, refere que há empresas que estão já a abrir canais específicos de comunicação.

A Fidelidade acionou o seu plano de emergência previsto para a ocorrência de catástrofes naturais, que visa “tornar mais rápido o processo de regularização de sinistros”, havendo também uma linha de emergência especial para atendimento mais rápido. A Tranquilidade está a direcionar quem sofreu “danos causados por chuvas intensas” para a linha de sinistros.

Ainda não há montantes de sinistros que podem estar em causa. “De acordo com as primeiras indicações que vão sendo obtidas, haverá já milhares de ocorrências participadas e valores significativos de indemnizações a processar”, indica a APS no comunicado.

Contactada pelo Expresso há uma semana, aquando da chuvada de dia 7 sobre a Grande Lisboa, o balanço efetivo foi prometido para mais tarde, sendo que por agora está em curso o inquérito às associadas para se aferir o valor que está em causa.

Certo é que nem todas as participações têm de gerar pagamento de indemnização, porque pode haver discordância, sendo que há sempre espaço para reclamações junto da própria companhia, mas também do supervisor, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Pedido de sistema de cobertura

“É fundamental, tal como a APS tem vindo a sublinhar, e como acontece em muitos outros países, a criação em Portugal de um Sistema de Proteção de Riscos Catastróficos, do qual as seguradoras possam fazer parte, numa lógica de colaboração entre o setor privado e público, para que as pessoas e empresas afetadas possam ver os prejuízos sofridos reparados de forma mais célere e completa”, sublinha a APS no comunicado enviado às redações.

Em 2018, a associação já tinha apresentado uma proposta de sistema de proteção de riscos catastróficos, que repete existirem noutros países. Nessa altura, a proposta visava inicialmente cobrir para a ocorrência de sismos e tsunamis, pretendendo depois que o sistema pudesse cobrir outras catástrofes naturais que resultem das alterações climáticas.

As seguradoras e resseguradoras iriam assumir responsabilidades de até 8 mil milhões de euros, o máximo que permitiria que a generalidade da população dele beneficiasse.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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