Há duas décadas, a Suécia fez uma reforma do sistema de pensões que, ao longo dos anos, tem sido apresentada como um modelo exemplar. As regras combinam um sistema de repartição (como o português) com um sistema de capitalização, indexam o valor das pensões à evolução dos salários médios em cada momento e têm estabilizadores que garantem que, tudo combinado, o modelo é autossustentável e não entra em défice — mesmo que seja à custa dos pensionistas. Edward Palmer, o economista que na década de 90 integrou o grupo de trabalho que desenhou a reforma, demarca-se de versões como a anglo-saxónica, onde os descontos para a Segurança Social são facultativos, defende que as regras devem estar vertidas em lei da forma mais clara e blindada possível, para evitar que sejam politicamente manipuladas em períodos eleitorais, e lembra que “nas pensões os riscos têm de ser partilhados”.
Em conversa com o Expresso, dias antes da sua passagem por Lisboa para participar numa conferência organizada pela APFIPP (Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios), o professor universitário recusa a conclusão de que o sistema que há mais de 20 anos ajudou a desenhar seja seguro para as contas públicas mas arriscado para os pensionistas. “Diria que é seguro para todos”, argumenta.
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