Os três sindicatos afetos à UGT, o Mais, o SBN e o SBC, querem rever as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e já enviaram aos bancos subscritores do ACT, em que se incluem o Santander, BPI, Novo Banco e Bankinter, uma proposta para negociarem as atualizações salariais para 2023. A proposta é de uma subida salarial de 8,5% e visa não só a atualização das tabelas salariais mas também das cláusulas de expressão pecuniária.
No comunicado enviado às redações os sindicatos adiantam que face às dificuldades que os trabalhadores enfrentam “a proposta inclui ainda medidas de apoio extraordinário aos bancários no ativo e na reforma e a revisão de clausulado”.
Os sindicatos referem que esta atualização de 8,5%, a sua abrangência e as restantes medidas se justificam “face à atual situação”, de escalada da inflação, sendo por isso preciso “ir mais longe para compensar os bancários, no ativo e na reforma, pelas perdas de rendimento”.
Os sindicatos frisam ainda que “não chega aumentar salários, é urgente reclamar medidas de apoio extraordinário para todos”. E avisam que “as negociações devem ser céleres”.
Também o Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários (SNQTB) e o Sindicato Independente Bancário (SIB) haviam anunciado o pedido de uma atualização salarial de 6,25% para 2023.
Entre as propostas enviadas no início de novembro aos bancos está a revisão de algumas matérias e introdução de novos temas para, segundo os sindicatos, “ajudar os bancários, garantindo direitos já existentes e contratualizando outros”.
Entre as matérias abordadas estão o teletrabalho, dispensas de assiduidade, férias, subsídios e promoções e carreiras, refere o comunicado, sem aprofundar os temas.
Os três sindicatos revelam ainda a necessidade de não se repetir o processo “desgastante” de 2021, em que os sindicatos foram confrontados com a pretensão dos bancos de 0% de aumentos salariais". Apelando a uma maior celeridade por parte dos bancos na resposta às propostas apresentadas, os sindicatos dizem que os bancos estão bem mas os bancários não.
Para as propostas entregues pesou o facto de o sistema bancário português apresentar “uma forte resiliência e melhorias assinaláveis em vários domínios”, e por “acomodar razoavelmente as consequências negativas causadas pela crise pandémica, não tendo sofrido efeitos negativos de maior na liquidez, na solvabilidade, na rendibilidade e na respetiva eficiência”.
Mais: os sindicatos afirmam que “os trabalhadores bancários não têm beneficiado dos ganhos de produtividade e dos lucros apresentados pelas Instituições (cinco milhões de euros diários!)”, assim como sublinham que “a grande maioria dos reformados – com necessidades acrescidas no âmbito do apoio na saúde – encontram-se a viver com pensões baixíssimas e com muitas dificuldades”.
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