Há cada vez mais sinais de que a economia está a abrandar por causa da elevada inflação, nota o Instituto Nacional de Estatística (INE), na síntese económica de conjuntura divulgada esta sexta-feira.
O INE relembra que, em Portugal, “o PIB em volume registou uma variação homóloga de 4,9% no terceiro trimestre de 2022 (7,4% no trimestre anterior)” e face ao segundo trimestre aumentou 0,4%. Já na zona euro, o PIB em volume aumentou 2,1% em termos homólogos no trimestre de 2022 (4,3% no segundo trimestre) e 0,2% em cadeia. Os números mostram um claro abrandamento face ao trimestre anterior, ainda que Portugal resista mais que a zona euro.
O gabinete estatístico nota também que “os indicadores de curto prazo (ICP) relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para setembro, apontam para uma desaceleração da atividade”.
“O indicador de atividade económica, que sintetiza um conjunto de indicadores quantitativos que refletem a evolução da economia, desacelerou significativamente em setembro, após ter acelerado em agosto, retomando o perfil de abrandamento registado entre março e julho e registando a taxa mais baixa desde março de 2021”, lê-se na nota do gabinete.
Por sua vez, “o indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, diminuiu entre agosto e outubro, reforçando o movimento descendente iniciado em março e atingindo o mínimo desde abril de 2021”.
Já o montante de dinheiro levantando, bem como os pagamentos em terminais de multibanco cresceu 12,9% em outubro face ao mesmo mês do ano passado - um crescimento inferior ao registado em setembro (14,2%).
Também o índice de preços na produção da indústria transformadora abrandou pelo terceiro mês consecutivo, tendo apresentado uma taxa de variação homóloga de 21,6% em outubro.
Só a inflação parece não abrandar, tendo atingindo os 10,1% em outubro, o valor mais alto desde maio de 1992 e uma aceleração de 0,8 pontos percentuais face à taxa de inflação de setembro.
Apesar desta conjuntura, o mercado de trabalho parece resistir, sendo que a taxa de desemprego se fixou em 5,8% no terceiro trimestre, apenas mais 0,1 pontos percentuais que no segundo trimestre e inferior à taxa de desemprego do período homólogo (6,1%).
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