Economia

TotalEnergies vai investir 330 milhões de euros em Portugal através da Generg

TotalEnergies vai investir 330 milhões de euros em Portugal através da Generg
Yuhan Liao/Getty Images

A Generg, que tem a francesa TotalEnergies como acionista, quer aumentar em 80% a sua capacidade de produção em Portugal, com um investimento de 330 milhões de euros, revelou o seu presidente esta quinta-feira

A francesa TotalEnergies prepara-se para investir nos próximos anos 330 milhões de euros em Portugal através da sua participada Generg, num investimento que irá aumentar em 80% a capacidade instalada desta empresa de energias renováveis.

Os valores foram avançados esta quinta-feira pelo presidente executivo da Generg, Álvaro Brandão Pinto, durante a conferência Portugal Renewable Energy, promovida em Lisboa pela Apren - Associação Portuguesa de Energias Renováveis.

Atualmente a Generg tem uma carteira de ativos de energia limpa de 487 megawatts (MW) em Portugal, dos quais 436 MW eólicos, 33 MW de mini-hídricas e 18 MW de centrais solares.

“Nos próximos anos vamos investir 330 milhões de euros para reforçar em 80% a nossa capacidade em Portugal”, avançou Álvaro Brandão Pinto, indicando que nesse investimento se incluirá o reforço de potência dos seus parques mas também a hibridização dos projetos, ou seja, o aproveitamento dos pontos de ligação à rede elétrica que a Generg já explora com uma tecnologia para passar a usar duas tecnologias em simultâneo.

Assim, a empresa deverá avançar com a construção de centrais fotovoltaicas em algumas das localizações onde hoje já explora parques eólicos, aproveitando os respeitos pontos de ligação à rede.

A TotalEnergies detém indiretamente 30% da Generg (que é detida diretamente pelo fundo Novenergia), mas segundo Álvaro Brandão Pinto a multinacional francesa detém uma opção de compra dos restantes 70%, que será exercida em 2023, o que levará a Generg a ficar integralmente sob o controlo acionista da TotalEnergies.

A empresa francesa também já anunciou a sua intenção de disputar o leilão eólico offshore que o Governo português quer lançar no próximo ano.

Portugal fora das prioridades da Movhera para energia eólica e solar

Na mesma conferência, o presidente executivo da francesa Movhera, Bertrand Fauchet, indicou que o grupo (que tem a francesa Engie como maior acionista) pretende realizar alguns investimentos nas seis barragens no Douro que comprou à EDP.

O gestor também indicou que a Movhera pretende realizar investimentos na energia eólica e solar, mas Portugal está para já fora das prioridades da empresa.

“Estamos interessados em desenvolver novos projetos eólicos e solares, mas, desculpem dizer, Portugal não está no topo da agenda”, declarou Bertrand Fauchet, explicando que “é muito difícil conseguir acesso à rede elétrica” e licenciar novos projetos.

Já Pedro Norton, presidente executivo da Finerge (o maior produtor eólico em Portugal), indicou na conferência da Apren que a sua empresa está empenhada em aumentar a quota de mercado que hoje tem na produção de eletricidade renovável em Portugal, mas não avançou números concretos sobre o montante de investimento a realizar no país nos próximos anos.

Na conferência, também a Endesa, através do seu diretor de produção em Portugal, Pedro Almeida Fernandes, reiterou o plano de vir a ter em Portugal uma capacidade de produção de 3 gigawatts (GW) até 2030, um objetivo já assumido pelo grupo espanhol, dos quais 1 GW deverão estar operacionais até 2026 (associados, no essencial, à reconversão da central a carvão do Pego, para um projeto de energias renováveis com baterias).

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