Economia

Confederação do Turismo contra a semana de trabalho de quatro dias

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP)
Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP)
Tiago Miranda

Apelo a apoios de capitalização às empresas de turismo e respostas para o problema da falta de mão de-obra marcaram a abertura do congresso da associação da hotelaria em Fátima

“O último conselho permanente da Concertação Social foi dedicado à semana dos quatro dias, e temos todos que estar contra este projeto, cuja falta de oportunidade é total”, frisou Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) no congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre esta quinta e sexta-feira em Fátima.

“Numa altura em que estamos em pleno emprego e precisamos de mão-de-obra, falar em abdicar de 20% da força de trabalho não faz qualquer sentido”, sustentou Francisco Calheiros.

O presidente da CTP enfatizou ainda a resiliência do sector do turismo durante a pandemia, que fez com que a recuperação face a 2019 se atingisse em 2022, e não em 2023 ou 2024, conforme apontavam as previsões.

“Mas não podemos crescer mais por causa do aeroporto, não é aceitável, isto é uma vergonha nacional, de uma vez por todas, decidam”, apelou Francisco Calheiros.

Presidente da AHP apela a apoios a aumentos da eletricidade e gás

“2022 tem sido um ano excelente, e Portugal liderará o crescimento económico na União Europeia, tendo o turismo como mola impulsionadora”, começou por lembrar Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, na sessão de abertura do congresso.

“Mas os tempos de pandemia fizeram-nos recuar 10 anos em dormidas e 20 anos em receitas, a que se acresce o grau de incerteza gerado com a guerra na Ucrânia”, notou Bernardo Trindade, frisando que “está tudo mais caro”, o que abrange todos os serviços ligados ao turismo, e “realisticamente, temos de ser ajudados”.

“Vimos o primeiro-ministro anunciar apoios de 3 mil milhões de euros às empresas para fazer face aos aumentos de gás e eletricidade, e a nossa expectativa é a de sermos incluídos nesse pacote de ajudas”, enfatizou o presidente da AHP, interpelando neste sentido o ministro da Economia, presente no congresso.

“A autonomia financeira das empresas hoteleiras degradou-se na pandemia, e precisamos que sejam alargadas as linhas de crédito, premiando os projetos que cumpriram os objetivos, porque empresas sustentáveis são empresas bem capitalizadas”, frisou ainda o responsável da associação hoteleira.

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