Amazon quer dispensar 10 mil trabalhadores e pode começar despedimentos já esta semana
A Amazon deverá acompanhar despedimentos em massa recentes como os do Facebook e prescindir dos serviços de 10 mil trabalhadores, noticia o New York Times
A Amazon quer despedir cerca de 10 mil funcionários e pode começar a dispensá-los esta semana, avança o New York Times esta segunda-feira, 14 de novembro, mais uma grande tecnológica a proceder a cortes nunca vistos do seu quadro de pessoal. As áreas afetadas serão a de gestão e de tecnologia.
O número de 10 mil, apesar de não ser um alvo definitivo, representa 1% do quadro de pessoal global da empresa e 3% dos trabalhadores em funções de gestão entre um universo de 1,5 milhões de trabalhadores.
A vasta força de trabalho da Amazon é feita de trabalhadores no segmento da distribuição, de baixos salários e de contratos temporários e não é sobre estes que os despedimentos vão incidir, focando-se, antes, nas funções corporativas. De acordo com os planos da empresa de comércio eletrónico, a reestruturação incidirá nos segmentos de produtos eletrónicos, no segmento de retalho e na área de gestão de recursos humanos.
Depois dos anos de pico pandémico, em que beneficiou dos confinamentos e da migração para o digital (de recordar que uma das áreas mais lucrativas da Amazon é a Web Services, de computação na nuvem), os resultados trimestrais da empresa, apresentados no final de outubro, ajudaram ao clima depressivo já em vigor entre as tecnológicas de rápido crescimento como o Facebook e a Netflix.
A Amazon anunciou que previa um abrandamento do crescimento das receitas no quarto trimestre, podendo ser o menor crescimento desde 2001 no conjunto de outubro, novembro e dezembro, recorda o New York Times. Um sinal de alerta muito relevante, dado que abrange tanto a sexta-feira negra como o natal, dois períodos muito fortes em termos de vendas.
As perdas no segmento de produtos eletrónicos, que tem na assistente Alexa o seu produto principal, justificam o impacto mais forte dos despedimentos nesta área, tendo o segmento registado prejuízos de 5 mil milhões de dólares (cerca de 4,8 mil milhões de euros ao câmbio atual) em 2018, avançaram fontes ao jornal norte-americano.
A Amazon, liderada por Andy Jassy, já tinha congelado contratações, eliminado 80 mil empregos junto das equipas contratadas à hora entre abril e setembro, e travado os programas de expansão do negócio, como novos armazéns e novos aparelhos inteligentes de consumo como robôs.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes