Economia

António Costa vai processar Carlos Costa por livro ainda por publicar

António Costa vai processar Carlos Costa por livro ainda por publicar
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Primeiro-ministro contrata Magalhães e Silva para atuar contra ex-governador por declarações “ofensivas” prestadas em livro. Decisão de António Costa foi tomada porque Carlos Costa não pediu desculpa, nem se retratou

António Costa vai processar Carlos Costa por livro ainda por publicar

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O primeiro-ministro vai processar o ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pelas declarações que são proferidas num livro que ainda não foi publicado.

“O Primeiro-Ministro constituiu seu advogado o Dr. Manuel Magalhães e Silva para adotar os procedimentos legais adequados contra o Dr. Carlos Costa, tendo em conta as declarações proferidas que são ofensivas do seu bom nome, honra e consideração”, diz ao Expresso fonte oficial do primeiro-ministro.

No livro “O Governador”, de Luis Rosa, que vai ser publicado na próxima semana pela D.Quixote, o antigo líder do supervisor bancário deixa duras críticas a António Costa sobre a sua atuação em vários momentos da sua coexistência.

Aos jornalistas ao início desta noite, António Costa confirmou a intenção. “Foram proferidas pelo Dr Carlos Costa declarações que são ofensivas”, começou por dizer o primeiro-ministro, segundo imagens transmitidas pela RTP 3.

“Contactei o Dr. Carlos Costa. Não se retratou, nem pediu desculpas”, pelo que o líder do Executivo avança para o processo em defesa do “bom nome”.

Carlos Costa foi governador do Banco de Portugal entre 2010 e 2020, e a segunda parte desta liderança ocorreu quando o primeiro-ministro era já António Costa, numa relação que foi tensa, e em que o Governo foi mostrando que tinha sido contra a sua recondução e que não o considerava adequado para as funções.

No livro de Luís Rosa, Carlos Costa refere que António Costa o pressionou para que Isabel dos Santos não fosse afastada da administração do Banco BIC.

Segundo o relato, numa pré-publicação de um capítulo pelo Observador esta quinta-feira, António Costa terá dito ao então governador que “não se pode tratar mal a filha de um Presidente de um país amigo de Portugal”, uma afirmação que o líder do Executivo recusa ter proferido: “O primeiro-ministro refuta ter alguma vez proferido a frase que é referida na imprensa, tendo já dado conta disso ao Dr. Carlos Costa”.

No livro, como o Expresso conta na edição do semanário a publicar esta sexta-feira, Carlos Costa também acusa o primeiro-ministro de mal ter assumido o poder ter enviado uma carta aos presidentes da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu que acabou por prejudicar os bancos nacionais, e que falava numa pré-resolução do Banif quando ainda não se encontrava nessa situação.

(Notícia atualizada com mais informação pelas 21h30)

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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