Lucros da Corticeira Amorim crescem 10%, para 64 milhões de euros

Vendas nos primeiros 9 meses do ano dispararam 24%, a refletir fatores como a subida dos preços e o impacto cambial, mas já há “sinais de abrandamento”
Vendas nos primeiros 9 meses do ano dispararam 24%, a refletir fatores como a subida dos preços e o impacto cambial, mas já há “sinais de abrandamento”
A Corticeira Amorim fechou os primeiros nove meses do ano com crescimentos de 10% nos lucros, para os 64,1 milhões de euros, e de 24% nas vendas, para os 790 milhões, anunciou a empresa liderada por António Rios de Amorim esta segunda-feira.
“Todas as Unidades de Negócio registaram crescimentos de vendas, refletindo essencialmente a melhoria do mix de produto, a subida do preços e maiores níveis de atividade, ainda que os sinais de abrandamento sejam notórios face à evolução do primeiro semestre do ano”, refere o comunicado enviado pela empresa à CMVM - Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
“As vendas beneficiaram também de um impacto cambial positivo - excluindo esse efeito teriam subido 21,9%”, precisa a Corticeira.
O EBITDA consolidado atingiu os 131,2 milhões de euros (+18,9%), mas “o aumento do preço de eletricidade de algumas matérias-primas não cortiça, bem como dos custos com pessoal continuaram a pressionar os resultados operacionais, agravados neste trimestre por uma menor alavancagem operacional face aos dois trimestres anteriores”, sublinha.
O rácio EBITDA/vendas ficou nos 16,6%, abaixo dos 17,3% de período homólogo.
Considerando apenas o terceiro trimestre, os lucros tiveram uma quebra de 10% face ao mesmo período de 2021 e as vendas aumentaram 20,1%, indicam os números da Corticeira Amorim.
No final de setembro, a dívida remunerada líquida da empresa ascendia a 114 milhões de euros, o que representa um aumento de 65 milhões face ao final do último exercício.
A explicação aponta para as aquisições realizadas no período em análise, designadamente as participações na SACI (50%), na ColdRiver´s Homestead (50%), detentora de uma parte da Herdade do Rio Frio. Refere, ainda, o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (45 milhões de euros), o aumento do investimento em ativo fixo (52 milhões) e o pagamento de dividendos (27 milhões de euros).
Aliás, as vendas consolidadas entre janeiro e setembro excluindo o grupo SACI são de 702 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 10,3%. Quanto ao resultado liquido, na mesma base, cresce 3,4%, para os 59.9 milhões de euros.
Por negócios, a unidade de rolhas mantém o domínio (73%), com vendas de 584,2 milhões de euros (+28,2%), enquanto os revestimentos faturaram 106 milhões +14,2%), os aglomerados compósitos totalizaram 94,1 milhões (+8,2%) e os isolamentos subiram para os 11,9 milhões (12,2%).
A Corticeira avança uma proposta de distribuição de dividendos de 0,09 euros por ação a apresentar na Assembleia Geral de Acionistas de 5 de dezembro.
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