“Não vamos sobreviver no futuro se não conseguirmos descarbonizar a indústria” da aviação, disse Catherine Jestin, vice-presidente executiva da Airbus, um dos maiores fabricantes de aviões a nível mundial, a par com a Boeing.
A gestora da Airbus, que tem o pelouro digital da empresa, falou esta quarta-feira na Web Summit, numa conferência sobre a adaptação da aviação a um novo mundo que a pandemia trouxe.
A pandemia trouxe vários desafios, mas, apesar de a descarbonização não ser um tema ‘novo’ ou relacionado com a covid-19, é sem dúvida o principal. “Toda a indústria já concordou [com a descarbonização]”, lembrou a executiva.
Nesse sentido, Catherine Jestin recordou que a Airbus quer construir até 2035 o primeiro avião com zero emissões.
“Como líderes na indústria, temos de fazê-lo. A indústria da aviação representa 2% das emissões, tendo em conta que a Boeing e a Airbus representam 50/50 do mercado, só connosco temos a possibilidade de reduzir 1% das emissões”, notou.
“É um desafio para os engenheiros e para as minhas equipas, mas temos de ser mais rápidos a desenhar e a produzir novos aviões”, concluiu.
Questionada sobre a possibilidade de se começar a desenvolver aviões supersónicos, Jestin disse que “ainda é muito cedo” para falar do assunto e voltou a sublinhar: “o principal desafio é a descarbonização”.
“Agora estamos a pôr aqui os nossos esforços, depois, se conseguirmos colocar Londres a três horas de Nova Iorque, ótimo, mas o mais importante é descarbonizar”, sublinhou.
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