O Banco Central Europeu (BCE), na reunião que termina esta quinta-feira, deverá aprovar um novo aumento das taxas diretoras em 75 pontos-base (três quartos de ponto percentual), como fez a 8 de setembro pela primeira vez na sua história. Esta nova subida, que reúne o consenso dos analistas, puxa a taxa principal de financiamento para 2%, um nível que já não se observava desde janeiro de 2009, no ano da recessão mundial, e eleva a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos nos cofres do Eurosistema para 1,5%.
Recorde-se que, até 27 de julho, esta última taxa esteve em terreno negativo desde junho de 2014. Muitos economistas destacam, atualmente, a importância do aumento da taxa de remuneração de depósitos como um instrumento fundamental de aperto da política monetária, num momento em que os bancos comerciais têm 4,6 biliões de euros ‘estacionados’ em depósitos no BCE. Desde a decisão em setembro de aumentar essa remuneração de 0% para 0,75%, os bancos comerciais procederam à “transferência” do grosso dos seus depósitos que estavam em contas correntes no BCE para a linha especial de depósito. A ‘migração’ foi brutal: em agosto, os bancos tinham em depósitos à ordem no BCE quase 5 biliões de euros e reduziram-nos para 232 mil milhões agora, dos quais 161 mil milhões em reservas obrigatórias. ‘Migraram’ para o instrumento de depósito do BCE 3,9 biliões de euros.
A reunião de 26 e 27 de outubro realiza-se num contexto em que os preços do gás natural europeu estão em torno de 100 euros por MWh (muito abaixo do pico de 340 euros em agosto), consolidando a trajetória de queda do custo desta commodity crítica na Europa, e o câmbio do euro em relação ao dólar tem estado a flutuar em torno da paridade (1 euro=1 dólar), o que já não acontecia desde 19 de setembro.
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