Ao longo dos anos assistimos a várias transformações nas pensões de velhice. Fruto da subida da idade legal da reforma e do agravamento das penalizações pela sua antecipação, ano após ano, paulatinamente, os portugueses reformam-se cada vez mais tarde. Com o nível de educação a crescer, e com carreiras contributivas progressivamente mais longas, o valor médio das pensões de reforma está, também ele, a aumentar.
Mas há tendências que persistem. As mulheres continuam a reformar-se mais tarde que os homens, e a ter pensões bem mais baixas do que eles – e isto tanto é válido nas reformas mais antigas, como entre os grupos que acabam de reformar-se.
Mais ainda: a discriminação entre géneros mantém-se em todas as faixas etárias, também para quem está no mercado de trabalho. Tenham 20, 30, 40 ou mais anos, as mulheres continuam a declarar salários mais baixos do que os homens, o que significa que, por este andar, quando daqui a umas décadas chegarem à reforma, continuarão a ter pensões inferiores às dos homens, como aconteceu com as suas mães e avós.
No mercado de trabalho e no sistema de pensões, as mulheres só levam a melhor aos homens num caso (e por motivos pouco nobres): são elas quem recebe o maior número de pensões de viuvez, tendo reformas, em média, mais gordas do que eles.
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