
Reviravolta nas contas sobre a sustentabilidade das pensões. Afinal, a almofada financeira não se esgota, como o Governo afirmou há apenas um mês
Reviravolta nas contas sobre a sustentabilidade das pensões. Afinal, a almofada financeira não se esgota, como o Governo afirmou há apenas um mês
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António Costa e Ana Mendes Godinho andam a tropeçar nos indicadores económicos. Em junho, o primeiro-ministro garantia que as regras de atualização das pensões em 2023 seriam cumpridas à risca. Em setembro, anunciou o seu congelamento devido à inflação galopante. Há um mês, os governantes garantiam que um aumento em torno dos 8%, em janeiro próximo, levaria a Segurança Social a “perder 13 anos de vida”. Um mês depois, segundo contas que acompanham a proposta de Orçamento do Estado, a chamada “almofada das pensões” será suficiente para acudir às necessidades e até chegará a 2060 com mais dinheiro do que agora. Afinal, em que ficamos?
Entre as contas enviadas pelo Governo aos deputados em setembro e as que agora apresenta, há tendências que se mantêm. Ambas convergem na conclusão de que, algures na década de 2030, haverá mais pessoas a receber pensões do que trabalhadores a descontar para a Segurança Social, e o sistema previdencial começa a derrapar. O cenário não é tão negativo quanto o apresentado há três semanas pela ministra do Trabalho ao Parlamento, mas a conclusão não se altera. Quer a generalidade das pensões sejam aumentadas em 4,43% em janeiro, como está previsto, quer fossem atualizadas a 8%, como previa a lei, o sistema previdencial entrará em défice a médio prazo (ver gráfico).
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