Economia

Lagarde acusa governos de estarem a anular aperto monetário

Lagarde acusa governos de estarem a anular aperto monetário
DANIEL ROLAND/Getty Images

A presidente do Banco Central Europeu declarou esta segunda-feira perante os eurodeputados que 80% das medidas anticrise que os governos estão a tomar são nocivas e contrariam a política monetária que pretende “enfraquecer a procura” para reduzir o surto inflacionário

“Infelizmente há mais medidas generalizadas do que direcionadas por parte da política orçamental. Segundo a avaliação feita, 80% das medidas [dos governos] são generalizadas e só 20% são bem direcionadas”, acusou Christine Lagarde na audição estas segunda-feira na Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) foi particularmente dura com a orientação geral atual das intervenções dos governos face ao surto inflacionista apoiando as famílias e as empresas.

Lagarde regressou ao Parlamento Europeu para o terceiro “diálogo monetário” este ano com os eurodeputados. A audição anterior realizara-se a 20 de junho antes das decisões tomadas pelo BCE em julho e setembro de aumento das taxas diretoras em 125 pontos-base (50 pontos base em julho e 75 pontos-base em setembro).

Na intervenção de abertura da audição, Lagarde já sublinhara, ao finalizar, que a “política orçamental deve ser temporária e bem direcionada. Isso limitará os riscos de alimentar as pressões inflacionistas”.

Em suma, o risco de expansionismo orçamental, mal direcionado, em resposta aos efeitos do surto inflacionista nas populações e nas empresas, poderá anular os objetivos do aperto monetário que visa encarecer o dinheiro e “enfraquecer a procura”, como referiu a presidente do BCE.

Christine Lagarde antecipa, assim, uma falta de sincronia entre as políticas monetária e orçamental.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas