A aposta na canábis para uso medicinal pelo grupo nacional Ferraz Lynce — Preparações Farmacêuticas já deu frutos, mesmo antes de os campos, na zona de Serpa (Alentejo), terem gerado a primeira colheita da planta: motivou o regresso à empresa de Joana Ferraz da Costa. A filha do empresário Pedro Ferraz da Costa deixou, há três anos, o gabinete de estudos da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) para se dedicar à mais recente área de negócio da holding da família, com quase um século de existência (remonta a 1924).
“É entusiasmante criar de raiz um projeto novo”, indica a economista, recordando o ânimo e concretização que sentiu quando foi ao laboratório e viu o produto da primeira extração de canabinol da Cannabis sativa, depois de um “demorado” e “burocrático” trabalho junto do Infarmed — Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde. O regulador é responsável pelo controlo e licenciamento do cultivo, transformação, distribuição, importação e exportação de medicamentos, preparações e substâncias à base da canábis para fins medicinais, médico-veterinários e de investigação científica, independentemente do teor em THC (é o principal composto da planta e tem efeitos psicotrópicos, ao contrário do segundo canabinoide mais presente, o CBD, que pode influenciar o bem-estar dos pacientes sem efeitos secundários notáveis). A dispensa de qualquer uma das indicações terapêuticas aprovadas implica uma avaliação clínica do paciente e a prescrição médica.
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