Economia

Inflação rouba 4,6% aos salários. Microempresas foram as que mais compensaram os trabalhadores

Inflação rouba 4,6% aos salários. Microempresas foram as que mais compensaram os trabalhadores
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A inflação fez fazer desaparecer 4,6% do valor real dos salários brutos dos trabalhadores em Portugal no segundo trimestre de 2022, segundo o INE. Empresas que têm até 4 trabalhadores foram as que mais aumentaram as remunerações

O ritmo de aumentos salariais não chega para compensar o impacto que a subida dos preços está a ter junto de quem tira os seus rendimentos do trabalho.

A inflação foi responsável por fazer desaparecer 4,6% do valor real dos salários brutos dos trabalhadores em Portugal no segundo trimestre de 2022. Isto apesar das remunerações brutas terem aumentado, em média, 3,1% no mesmo período, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira, 11 de agosto.

Segundo o INE, a remuneração bruta total (que inclui os vencimentos e subsídios pagos de forma regular) mensal média por trabalhador, num universo de 4,4 milhões de postos de trabalho analisados, cresceu 3,1% no segundo trimestre para os 1439 euros, face ao trimestre homólogo, altura em que se tinha cifrado nos 1397 euros. Este valor ficou 0,5 pontos percentuais acima do de março deste ano.

As remunerações brutas regulares (que incluem subsídios regulares e prémios tributados, mas excluem subsídios de férias e Natal) aumentaram 2,5% de 1111 euros no trimestre homólogo para 1139 euros. Face a março, a subida foi de 0,7 pontos percentuais.

A remuneração bruta base mensal (que corresponde ao salário base) média por trabalhador subiu igualmente 2,5%, passando de 1043 euros em junho do ano passado para 1069 euros no final do segundo trimestre. Em relação ao fim do primeiro trimestre de 2022, o crescimento foi de 0,9 pontos percentuais.

Porém, a inflação elimina estas melhorias nas remunerações. Ao incluir a subida dos preços nas contas, a remuneração bruta total média diminuiu 4,6% e as componentes regular e base caíram ambas 5,1%, sublinha o destaque estatístico.

Microempresas atualizam mais

Segundo o INE, nenhum setor baixou salários no trimestre com fim em junho de 2022 face ao trimestre homólogo. O setor que mais aumentou salários face ao ano passado foi o da energia: as empresas que exercem atividades de "eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio" registaram uma subida da remuneração total de 21,2%.

As pequenas e médias empresas com entre 1 a 4 trabalhadores foram as que, por dimensão, mais aumentaram salários neste período, num crescimento de 6,5%; a um ritmo diametralmente oposto ao das empresas com 250 a 499 trabalhadores, que os aumentaram em 0,1%, entre as menores variações homólogas do trimestre.

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