Grupo Santander regista crescimento de 33% dos lucros para 4,9 mil milhões de euros

Portugal dá contributo de 225 milhões para contas do grupo espanhol, onde Brasil, EUA e Reino Unido dão as maiores ajudas
Portugal dá contributo de 225 milhões para contas do grupo espanhol, onde Brasil, EUA e Reino Unido dão as maiores ajudas
Jornalista
Os analistas compilados pelo jornal espanhol Expansión antecipavam uma subida de 32% dos lucros do Grupo Santander nos primeiros seis meses do ano, para os 4 875 milhões de euros, e as contas reais, divulgadas esta quinta-feira pelo grupo, não ficaram muito longe: o lucro semestral atingiu os 4 894 milhões de euros, um aumento homólogo de 33%.
Segundo a apresentação aos investidores desta quinta-feira, 28 de julho, o grupo bancário liderado por Ana Botín beneficiou da margem financeira, a rubrica que calcula a base do negócio da banca, a diferença dos ganhos nos créditos concedidos e nos depósitos recebidos.
Isto porque o crescimento das taxas de juro na Polónia e no Reino Unido – a que agora o Banco Central Europeu se seguiu, para a zona euro – motivou este comportamento, por gerar mais juros (e retorno) nos juros. Nos EUA, também já há juros mais altos, mas a concorrência de preço no crédito ao consumo ofuscou esse contexto.
A impedir um maior avanço dos ganhos semestrais esteve a constituição de provisões, e uma das razões é a Polónia e a litigância em relação aos créditos indexados em francos suíços que foram concedidos e que agora são contestados pelos clientes (o mesmo problema que o banco do BCP, Bank Millennium, ali enfrenta).
O contributo de Portugal para o lucro global foi de 225 milhões de euros, de acordo com a apresentação global – número que depois pode variar face aos valores que serão apresentados pelo banco português, Santander Totta, tendo em conta eventuais operações intra-grupo, por exemplo. A conferência de imprensa por Pedro Castro e Almeida, que não aconteceu nos últimos anos (num período em que o banco promoveu um inédito despedimento coletivo no banco, só fez a conferência anual), será ainda esta quinta-feira.
Ao todo, a Europa deu um contributo de 31% para o lucro consolidado, sendo o maior o do Reino Unido (acima até de Espanha), com a América do Sul (o Brasil é o grande destaque) a representar 33% dos resultados. A América do Norte (sobretudo EUA) conta para 26% dos resultados líquidos.
No seu todo, a rentabilidade dos capitais próprios do Santander melhorou, no espaço de um ano, de 12% para 13,7%, ficando acima daquela que é a meta para o fim deste ano: 13%. O rácio de capital mais exigente, que mede o peso dos melhores fundos próprios da instituição, está em 12,25%, mais de três pontos acima do mínimo exigido.
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