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Galp estabelece parceria para fornecer combustível sustentável à TAP

Foto: TAP
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A Galp vai fornecer combustível de origem renovável aos aviões da TAP. Mas numa fase inicial esse combustível será produzido não pela Galp mas pela finlandesa Neste

Galp estabelece parceria para fornecer combustível sustentável à TAP

Miguel Prado

Editor de Economia

A Galp Energia e a TAP assinaram esta sexta-feira um acordo que visa o fornecimento à companhia aérea portuguesa de combustível sustentável, que diminuirá as emissões poluentes dos aviões da TAP. Mas numa fase inicial esse combustível não será fornecido pela Galp, mas por uma outra empresa, a finlandesa Neste.

Após a assinatura do acordo nem o presidente executivo da Galp, Andy Brown, nem a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, deram detalhes sobre a parceria e os volumes de combustível que serão fornecidos.

Durante a apresentação da parceria, Andy Brown indicou apenas que no início do próximo ano a Galp deverá iniciar a construção, em Portugal, de uma unidade de produção de combustível sustentável, obtido a partir de resíduos. Terá uma capacidade de produção de 240 mil toneladas por ano. O gestor não indicou quando estará operacional essa fábrica nem que percentagem da produção irá para a TAP.

Para selar a parceria, a TAP realiza esta sexta-feira o primeiro voo com combustível sustentável, ligando Lisboa e Ponta Delgada. Do combustível usado neste voo, 39% é de origem renovável.

Este primeiro fornecimento e também os próximos fornecimentos virão não da Galp, que ainda não produz este tipo de combustível, mas sim da finlandesa Neste, que já fabrica estes combustíveis alternativos.

Atualmente a Galp fornece 40% do combustível que é usado pela TAP e 75% desse combustível é fornecido em Portugal, de acordo com Andy Brown.

Na apresentação, o presidente executivo da Galp reconheceu que "o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF na sigla inglesa) será intensivo em capital".

Essas soluções de descarbonização já são viáveis a partir de resíduos, mas uma vez que a capacidade de aproveitamento de resíduos para produzir combustível de aviação em larga escala é limitada será necessário recorrer no futuro a combustíveis sintéticos.

Esses combustíveis, admitiu Andy Brown, "são mais complexos e ainda são mais caros", mas a Galp está interessada em vir a desenvolvê-los, nomeadamente em projetos com recurso a hidrogénio verde.

Esta quinta-feira a Navigator também anunciou uma parceria para um projeto de combustível verde para a aviação, a instalar na Figueira da Foz, e com um investimento entre 550 e 600 milhões de euros.

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