Salários no setor do alojamento sobem 7,5%, mas ainda estão 247 euros abaixo da média nacional

Os salários brutos no setor do alojamento aumentaram 7,5% em 2021, segundo o balanço do setor do turismo de 2021 do Instituto Nacional de Estatística
Os salários brutos no setor do alojamento aumentaram 7,5% em 2021, segundo o balanço do setor do turismo de 2021 do Instituto Nacional de Estatística
Jornalista
Os salários brutos no setor do alojamento aumentaram 7,5% em 2021, segundo o balanço do setor do turismo de 2021 do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado esta quinta-feira, 7 de julho, sinalizando que a escassez de trabalhadores no setor do turismo está a contribuir para aproximar os salários do setor da média nacional.
Os salários do setor do alojamento aumentaram a um ritmo superior ao do da economia em geral, apesar de os trabalhadores neste setor ainda ganharem menos do que o trabalhador português médio. No ano passado a remuneração bruta mensal por trabalhador aumentou 3,5% face a 2020, no total da economia, de 1315 euros para 1362 euros.
Já no setor do alojamento, a remuneração bruta mensal por trabalhador situou-se em 1115 euros, 247 euros abaixo dos 1362 euros que um trabalhador médio português aufere mensalmente.
Porém, entre esses trabalhadores, a subida foi muito significativa. Uma média de 1115 euros brutos mensais significa que de 2020 para 2021, a remuneração mensal bruta dos trabalhadores do setor do alojamento - uma grande fatia do setor do turismo - cresceu 7,5%, mais do dobro do ritmo de crescimento dos salários da totalidade da economia.
O registo de 2021 chega a superar a média salarial de 2019, o último ano livre dos efeitos da pandemia da covid-19, ano em que se tinha cifrado nos 1060 euros.
O setor do alojamento abrange estabelecimentos hoteleiros, turismo no espaço rural, alojamento local, parques de campismo e outros locais de alojamento de curta duração.
Os montantes são brutos, isto é, antes do pagamento de impostos e dos descontos para a Segurança Social, e não incluem montantes isentos de retenção na fonte e de descontos.
Portugal é um dos países europeus que mais dependem do turismo para a produção de riqueza. De acordo com o INE, a atividade turística representou um contributo direto e indireto de 16,8 mil milhões de euros para o produto interno bruto (PIB), equivalente a 8%.
Em 2019, o turismo tinha um peso de 11,8% no PIB. Um setor que está a debater-se atualmente com uma grande falta de trabalhadores, escassez essa que está a alçar os salários - ainda assim mais de duas centenas de euros abaixo da média salarial do País no caso dos trabalhadores do setor do alojamento.
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