G7 vai banir importações de ouro da Rússia

Pouco antes do anúncio de Biden, o Governo do Reino Unido já tinha revelado a decisão de banir as importações de ouro russo, num comunicado que avançava que a medida abrangeria ainda os Estados Unidos, Canadá e Japão.

"Não será permitida a entrada de novas exportações de ouro russo no Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Japão, devido a novas medidas a anunciar na cimeira do G7, que começa hoje [este domingo], para aumentar a pressão sobre a máquina de guerra de Putin", refere o comunicado de Boris Johnson.

Downing Street sublinha que o ouro é um dos produtos mais exportados pela Rússia, tendo aportado 12,6 mil milhões de libras (14,6 mil milhões de euros) à economia russa em 2021.

"O seu valor para a elite russa também aumentou nos últimos meses, com oligarcas a apressar-se para comprar ouro numa tentativa de evitar o impacto financeiro das sanções ocidentais", contextualiza o comunicado do Governo britânico.

Contudo, o peso do ouro na economia russa é reduzido se comparado com o dos produtos energéticos: no ano passado, segundo o banco central russo, a Rússia exportou um total equivalente a 464 mil milhões de euros, dos quais 104 mil milhões de euros em crude, 65 mil milhões de euros em produtos petrolíferos refinados e quase 59 mil milhões de euros em gás natural.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia já foi alvo de um conjunto vasto de sanções, sobretudo no plano económico, para tentar limitar a capacidade de Moscovo de pagar os custos do conflito.

Além da proibição de importação de produtos energéticos (com algumas excepções, como está a acontecer no gás natural), a Europa baniu a importação de um conjunto de bens exportados pela Rússia e aprovou o congelamento de ativos de oligarcas e cidadãos russos próximos do regime de Putin.