A relação conturbada entre o futebol profissional e as autoridades tributarias é antiga, mas foi sobretudo desde as fugas de informação, expondo casos concretos de evasão fiscal, que as autoridades começaram a atuar com mais vigor.
Na Alemanha, um ícone da seleção nacional chegou a ser condenado a prisão efetiva por ter uma conta por declarar na Suíça.
Em Espanha encaixaram-se várias dezenas de milhões de euros com acordos de regularização de treinadores e jogadores, muitos dos quais portugueses.
No Reino Unido, em 2020, a britânica HMRC (congénere da Autoridade Tributária) recuperou 55,6 milhões de libras (quase 66 milhões de euros ao câmbio atual) em impostos relativos a investigações envolvendo suspeitas de evasão fiscal no futebol, com quase uma centena de futebolistas envolvidos. Mas em matéria de recuperação de impostos junto de futebolistas, o montante acumulado entre 2015 e 2020 pela HMRC ascendeu a 464 milhões de libras (549 milhões de euros ao câmbio atual), segundo o "Daily Mirror".
Em Portugal, ao contrário do que acontece lá por fora, a informação sobre acusações, acordos e condenações é escassa. Coincidência ou não, foi a partir de 2015, ano em que foi criada a página eletrónica do Football Leaks, de Rui Pinto, que os relatórios de combate à fraude e evasão fiscal começaram a fazer referência à centralidade do tema na investigação tributária.
Nos últimos anos tem havido vários portugueses envolvidos em casos de evasão fiscal, entretanto já pagos e encerrados. Mas, na esmagadora maioria, foram detetados e julgados no estrangeiro, por autoridades fiscais e judiciárias estrangeiras.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: emiranda@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes