Economia

Carlos Moedas: Transportes públicos grátis na capital são medida ambiental e não medida social

FOTO: Nuno Botelho
FOTO: Nuno Botelho

Os transportes públicos gratuitos para estudantes até 23 anos e para munícipes com mais de 65 são "uma medida de descarbonização da cidade e não uma medida social”, disse Carlos Moedas, sublinhando que as alterações climáticas são "o desafio maior que temos hoje"

O futuro já tinha chegado aqui antes de eventos-estrela como a Web Summit, disse Marcelo Rebelo de Sousa na abertura do congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) no seu 31.º Digital Business Congress, sob o tema “Tech & Economics: The Way Forward”. Porém, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, não fez nenhuma alusão ao evento de Paddy Cosgrave, antes centrando a sua intervenção no congresso da APDC na transformação das cidades.

A Web Summit, ao chegar a Lisboa em 2016, parecia a confirmação de que a capital, e Portugal, podiam mesmo dar cartas na inovação tecnológica de todo o mundo - mas cuja importância pode ser agora diluída com a criação de sucursais em redor do mundo, que criaram desconforto até junto do executivo camarário.

Carlos Moedas preferiu falar da transformação das cidades paralela à transformação digital e energética. "Se o desafio maior que temos hoje é o das mudanças climáticas, só poderá ser resolvido nas cidades", disse, mas alertou: "falamos tanto da sustentabilidade, mas as pessoas na rua não sabem o que é isso, não sabem lutar contra as mudanças climáticas”.

Segundo Moedas, os alfacinhas perceberam melhor a importância da sustentabilidade com a aprovação recente por unanimidade de medidas como a gratuitidade dos transportes públicos na capital para maiores de 65 e para estudantes até aos 23 anos, "a medida mais importante que fizemos", necessária "para mudar a forma como transportamos as pessoas". É, disse "uma medida de descarbonização da cidade e não uma medida social”.

O presidente da Câmara de Lisboa falou da necessidade de Lisboa conseguir fixar quadros qualificados numa época de falta de mão-de-obra em grande parte das economias desenvolvidas. "Quero ser o presidente da câmara da atração do talento. Gostaria que tivéssemos mais ambição na captação do talento", desejou.

Moedas não tirou de mira o alvo de tornar a capital numa "fábrica de unicórnios", sublinhando que "Portugal tem sete unicórnios (seis, na verdade, já que Moedas parece ter contabilizado a Anchorage, uma empresa nada e criada nos Estados Unidos, mas com líder português) e Espanha tem nove", disse. "Estamos bem".

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