
Remuneração média recua 0,6% este ano em termos reais. Queda pode chegar aos 2,8% no pior cenário do Banco de Portugal para a inflação
Remuneração média recua 0,6% este ano em termos reais. Queda pode chegar aos 2,8% no pior cenário do Banco de Portugal para a inflação
Jornalista
A subida do salário mínimo, a recuperação da crise pandémica e a esperada descida do desemprego devem levar a remuneração média em Portugal a subir este ano em termos nominais, com o Governo a apontar para um aumento de 3,1% no Orçamento do Estado para 2022 (OE-2022). Mas estas não são boas notícias para os trabalhadores. É que a inflação vai ser ainda mais elevada e ‘roubará’ poder de compra aos salários, que, em termos reais, deverão recuar. A queda deve atingir os 0,6%, mas pode chegar aos 2,8% se se concretizarem as projeções mais adversas para a inflação. Em qualquer dos casos, será sempre a maior queda desde os anos da troika (2011-2014).
Os dados fornecidos ao Expresso pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a remuneração bruta média em Portugal (rácio entre as remunerações dos empregados a trabalhar no território nacional e o emprego remunerado total) mostram uma trajetória de subida quase contínua em termos nominais. Desde os anos 50 do século passado, a exceção foi apenas o período do resgate internacional a Portugal, marcado pela austeridade.
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