Confinamentos na China fazem ações perder 10% num só mês

O índice de referência chinês CSI 300 está prestes a fechar abril com uma queda mensal de 10%, a maior em mais de seis anos, de acordo com o "Financial Times"
Com milhões de cidadãos confinados na China devido à política de zero casos de covid-19 de Pequim, o país pode ficar pela primeira vez aquém do seu alvo de crescimento económico para 2022, estimado nos 5,5%. E os investidores no mercado de capitais chinês estão a libertar-se das suas posições em força: de acordo com o "Financial Times" desta quarta-feira, 27 de abril, o índice de referência chinês CSI 300 está prestes a fechar abril com uma queda mensal de 10%, a maior em mais de seis anos.
Depois do confinamento em Xangai, e com a perspetiva de fechar Pequim, os analistas auscultados pelo jornal britânico começam a recalibrar as suas perspetivas para 2022 relativamente à economia chinesa.
De acordo com a "Bloomberg", as previsões mais recentes de diversas instituições apontam agora para um crescimento económico ligeiramente inferior a 5%.
Mais pessimista, o banco de investimento Nomura reviu em baixa o crescimento do produto chinês para este ano para os 3,9%. E segundo o banco de investimento norte-americano JPMorgan, que prevê um crescimento de 4,6%, esta poderá ser a primeira vez que a China falha o alvo de aumento do produto "desde que o alvo anual foi introduzido no final dos anos 1990", segundo a nota citada pelo "Financial Times".
Poucas empresas escapam à maré negra das ações: até as pertencentes a setores estratégicos de Pequim registaram perdas na ordem dos dois dígitos percentuais na sua capitalização de mercado desde o início do ano, como a produtora de semicondutores SMIC, que afundou 29%.
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