Ana Mendes Godinho assume o cargo com mais experiência do que a que tinha há dois anos, quando lá chegou vinda do Turismo, mas nem por isso os encargos se tornarão mais leves. Depois de um mandato muito focado a apagar os fogos da pandemia, terá agora de conquistar autoridade junto dos parceiros sociais; arrumar uma casa que, durante o seu mandato, assistiu à debandada de muitos dirigentes; avançar com a chamada Agenda para o Trabalho Digno; ajustar os equipamentos sociais degradados ou inacessíveis para uma sociedade que envelhece; diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, o mínimo necessário para garantir a sua sustentabilidade a prazo; e simplificar procedimentos e melhorar os serviços aos cidadãos, só para enumerar alguns exemplos.
Suceder a Vieira da Silva, um decano com um profundo conhecimento técnico e da máquina, não é fácil. Quando chegou há dois anos, a ministra viu-se logo secundarizada por Siza Vieira na Concertação Social. O ministro da Economia assumiu-se como rosto principal da condução dos trabalhos junto de patrões e sindicatos, deixando-lhe um papel acessório. A autoridade terá de ser conquistada, num contexto de economia de guerra em que os empresários reclamam mais apoios e em que as famílias e trabalhadores reclamam perda de poder de compra.
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