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Certificados de reforma do Estado rendem mais do que PPR no longo prazo

Certificados de reforma do Estado rendem mais do que PPR no longo prazo

Rentabilidade média dos certificados de reforma desde 2008 é de 3,1%, o que compara com 2,2% no caso dos PPR sob a forma de fundo de investimento

Defensiva. É essa a política do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS) no investimento dos fundos alocados em certificados de reforma. A carteira de ativos pode ter ações, mas com pouco peso no total, o que limita o potencial de ganhos em períodos de alta das Bolsas, mas também limita as perdas quando os índices acionistas se tingem de vermelho. Uma estratégia que, no longo prazo — horizonte da poupança para a reforma —, está a resultar. Feitas as contas, entre 2008 — ano de lançamento dos certificados de reforma — e 2021, a rentabilidade média anual é de 3,1%, um valor acima da média de 2,2% alcançada pelos Planos de Poupança Reforma (PPR) sob a forma de fundos de investimento.

Conhecidos como PPR do Estado, os certificados de reforma visam a obtenção de um complemento da pensão, através de contribuições para um fundo de contribuição definida — uma percentagem sobre o salário — e de capitalização real. Sem capital garantido, nem rentabilidade mínima assegurada, “comparam-se a um fundo de investimento defensivo, podendo investir em ações, mas com limite máximo de 25% da carteira de ativos”, aponta António Ribeiro, especialista da Deco/Proteste. E distancia-se dos PPR sob a forma de seguro, onde a maioria garante capital e muitos têm rentabilidade mínima assegurada. É essa, aliás, a explicação para a grande maioria do mercado nacional de PPR ser constituído sob a forma de seguros, já que “o perfil do aforrador português é muito conservador. Prefere investir num produto com menos rendimento, mas com capital garantido”, vinca António Ribeiro. Contudo, “nos últimos anos, os PPR com remuneração garantida são cada vez menos”, chama a atenção a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP). Como resultado, “temos assistido a um crescimento muito significativo dos PPR constituídos sob a forma de fundos de investimento mobiliário, que já representam perto de 20% do mercado”, diz a mesma fonte (ver tabela, em cima).

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