O preço grossista da eletricidade em Portugal e Espanha irá afundar-se este sábado, dia de Natal, para 226,42 euros por megawatt hora (MWh), registando o preço diário mais baixo das últimas duas semanas
Editor de Economia
O dia de Natal será de forte alívio no preço grossista da eletricidade em Portugal e Espanha. Segundo o OMIE, o operador da plataforma de contratação diária do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), este sábado o preço médio será de 226,42 euros por MWh, cerca de 85 euros abaixo dos 311 euros registados esta sexta-feira, ou uma queda de 27% de um dia para o outro.
Esta queda é a maior em mais de duas semanas, mas não chega à magnitude da queda registada de 7 para 8 de dezembro, quando o preço se afundou de 212 para 109 euros por MWh.
E o preço fixado para este sábado é o mais baixo em 15 dias. É preciso recuar a 10 de dezembro, com um preço de 208 euros por MWh, para encontrar eletricidade mais barata no mercado grossista.
Este sábado marca também o segundo dia consecutivo de queda do preço diário no Mibel depois do máximo histórico de 383,67 euros por MWh alcançado na produção desta quinta-feira, 23 de dezembro.
A queda acentuada deste sábado tirará partido do efeito expectável de menor consumo de energia, habitualmente associado aos fins-de-semana e feriados, mas também de uma redução significativa do preço internacional do gás natural, uma referência para as centrais de ciclo combinado a gás natural.
Com efeito, depois de terem atingido uma cotação de 180 euros por MWh na terça-feira, os contratos holandeses TTF (Title Transfer Facility, referência na Europa) recuaram nos últimos dias. Esta quinta-feira eram transacionados a cerca de 130 euros por MWh e esta sexta-feira prolongaram a tendência de queda, à medida que a Europa vai conseguindo contratar mais navios metaneiros com gás importado dos Estados Unidos.
Por outro lado, esta sexta-feira foi notório um aumento da produção eólica na Península Ibérica, reduzindo o recurso a centrais de ciclo combinado a gás natural e a centrais hidroelétricas, que, num quadro de disponibilidade limitada de água nas albufeiras, vêm cobrando preços alinhados com os das centrais a gás (e em alguns casos mais altos).
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt
