O banco digital brasileiro Nubank destacou-se na sua estreia em Wall Street, na quinta-feira, alcançando uma capitalização de 48 mil milhões de dólares (42,5 mil milhões de euros) e posicionando-se como a entidade financeira latino-americana mais valiosa.
O Nubank começou a ser negociado na quinta-feira na Bolsa de Valores de Nova Iorque às 13h (18h em Lisboa), com um preço inicial de 11,25 dólares (9,96 euros), 25% acima dos nove dólares (7,07 euros) definidos na noite anterior e que era tido como o extremo mais otimista de uma fasquia que já havia sido baixada.
Uma semana antes da estreia, quando o medo da variante Ómicron do coronavírus assolou os mercados, a empresa cortou as suas projeções de chegar a 50 mil milhões de dólares (44,27 mil milhões de euros), mas alguns analistas apontaram que talvez isso se devesse à baixa procura.
Contudo, estava mais longe da realidade: esta fintech (empresa do setor tecnológico-financeiro) criada há menos de uma década no Brasil como uma alternativa ao seu concentrado ecossistema bancário disparou na quinta-feira na bolsa de valores, ultrapassando a maior entidade similar da região, o Itaú, e a segunda maior, o Bradesco.
Apesar de ter moderado a sua evolução e de ter fechado a 10,33 dólares (9,15 euros) por ação, também se posicionou como a terceira maior empresa brasileira cotada nos Estados Unidos, atrás da Petrobras (petrolífera) e da Vale (setor mineiro).
Na abertura desta sexta-feira o banco o banco digital encontra-se a valorizar menos de 1% (às 10h locais, 15h de Lisboa).
O seu CEO, o empresário colombiano David Vélez, que bateu o tradicional sino de abertura em Wall Street, disse à agência espanhola Efe que o crescimento do Nubank foi "incrivelmente rápido" e a trajetória "gratificante".
Para fazer isso, contou com o apoio de grandes fundos, incluindo seu ex-empregador, Sequoia, e o conglomerado Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.
Com 48 milhões de clientes espalhados pelo Brasil, Colômbia e México, a empresa procura "dar alternativas aos consumidores e chegar a toda a população da América Latina, com cerca de 200 milhões de pessoas que não têm acesso a serviços financeiros", afirmou.
Fruto de uma maior clientela, o Nubank aumentou a sua receita para mil milhões de dólares (885,4 milhões de euros) nos primeiros nove meses de 2021, embora as suas perdas ascendam a 99,1 milhões de dólares (87,7 milhões de euros), segundo documentos entregues ao órgão regulador.
Após as boas-vindas em Wall Street, o Nubank estreia-se esta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo através de certificados de depósitos brasileiros (BDRs), num "gigantesco programa de educação financeira" que começa com os seus próprios clientes no Brasil.
A Nubank comprou a corretora EasyInvest no ano passado e hoje apresenta-a integrada na sua aplicação móvel sob o nome de NuInvest, em que oito milhões de clientes receberão um BDR de presente, num "movimento ambicioso" para atrair brasileiros para a bolsa, destacou Velez.
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