Economia

Portugal já não tem espaço para mais centros comerciais, garante a Sonae Sierra

Fernando Guedes de Oliveira, presidente executivo da Sonae Sierra
Fernando Guedes de Oliveira, presidente executivo da Sonae Sierra
Mike Ellis

O mercado por cá, tal como no resto da Europa, "está maduro", diz o presidente executivo da empresa, atento ao que aconteceu nos países anglo-saxónicos

"Em Portugal não há mais oportunidades de desenvolvimento de centros comerciais novos", garantiu o presidente executivo da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, num encontro com jornalistas, no Porto, para apresentar o novo ciclo da empresa do grupo Sonae.

Por cá, tal como no resto da Europa, "o mercado está maduro", diz o gestor, que continua, apesar de tudo, a acreditar no negócio dos centros comerciais e no potencial de criação de valor nos centros comerciais existentes.

"Os centros comerciais continuarão a ser o negócio core [central] da Sonae Sierra no futuro", afirma, sem esquecer a enumeração de exemplos em Portugal e no estrangeiro, desde as obras de ampliação e modernização do NorteShopping (Matosinhos, com 77 milhões de euros), em 2020, à ampliação projetada para o centro comercial Colombo (Lisboa, com 40 milhões de euros) com arranque previsto para 2022, a quarta fase de expansão do Plaza Mayor (Espanha, 25 milhões), em licenciamento, ou os projetos no valor de mais 40 milhões de euros para o Max Center, Valle Real e GranCasa, todos em Espanha,

Esta posição da empresa do grupo Sonae, que sempre esteve ligada aos centros comerciais, explica a adoção de uma nova estratégia na Europa, voltada para o reforço da oferta de serviços imobiliários para os novos conceitos de vida urbana, para espaços que integram diferentes usos e para a expansão do negócio de gestão de fundos de investimento, a par da preparação do portfólio de centros comerciais para o futuro.

Noutros continentes, em países como o Brasil, Marrocos ou Colômbia, a atenção aos centros comerciais mantém-se. Aliás, garante Fernando Guedes de Oliveira, a disposição para analisar eventuais oportunidades, sempre que surjam, continua, mas "elas são tão escassas que não permitem dar seguimento ao crescimento que desejamos", explica.

Quanto a cenários que apontam para o desaparecimento dos centros comerciais, não tem dúvidas de que há um problema, mas será mais dos países anglo-saxónicos, designadamente dos EUA.

"E na verdade o problema não são exatamente os centros comerciais", comenta antes de atirar um indicador: "Nos EUA era necessário fechar 85% dos centros comerciais para terem o mesmo rácio de centros comerciais per capita de Portugal".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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