Taxa de poupança das famílias recua para 11,5% no segundo trimestre e puxa pelo aumento do consumo

As famílias desconfinaram, o consumo aumentou e a taxa de poupança das famílias diminuiu. É este o retrato do segundo trimestre, traçado pelos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quinta-feira.

Nas contas nacionais trimestrais relativas ao segundo trimestre deste ano, o INE indica que a taxa de poupança das famílias fixou-se em 11,5% do rendimento disponível, o que compara com 14,2% no trimestre anterior. A redução foi de 2,7 pontos percentuais.

Uma evolução que reflete "sobretudo o crescimento de 4,4% do consumo privado (-1,8% no trimestre anterior)", destaca a autoridade estatística nacional.

Isto porque, o rendimento disponível das famílias até aumentou, subindo 1,3%, indica o INE.

Analisando este crescimento do rendimento disponível das famílias, o INE escreve que "as remunerações e as outras transferências correntes contribuíram em 1,5 e 0,1 pontos percentuais para essa taxa de variação, respetivamente". Já o saldo positivo dos rendimentos de propriedade "registou uma redução, o que se traduziu num contributo de -0,2 pontos percentuais para a variação do rendimento disponível".

O INE explica que, em Contas Nacionais, "as moratórias relativas ao pagamento de juros de empréstimos concedidas pelo setor das sociedades financeiras não têm impacto no saldo de rendimentos de propriedade". Isto porque as regras determinam o registo destes fluxos no momento devido, mesmo que não tenham sido efetivamente pagos.

Recorde-se que o consumo foi uma das principais alavancas da recuperação da economia portuguesa no segundo trimestre deste ano, com o PIB a crescer 15,5% em termos homólogos e 4,9% em cadeia.