Economia

Turismo. Dormidas em julho ainda estão 45% abaixo dos números de 2019

Turismo. Dormidas em julho ainda estão 45% abaixo dos números de 2019
LUÍS FORRA

Em comparação com 2019, houve uma queda de 82,1% das dormidas de estrangeiros nos primeiros sete meses do ano, segundo o INE

O setor do turismo, apesar das melhorias com o levantar progressivo das restrições, ainda está muito aquém dos números registados pré-pandemia, como mostram os dados relativos ao mês de julho de 2021 divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O número de hóspedes e dormidas num dos meses mais fortes do ano turístico caiu, respetivamente, 42,5% e 45%, na comparação com julho de 2019, o mês comparável antes da pandemia.

Mas, continuando na comparação com 2019, o número de dormidas de residentes em Portugal subiu 6,4% em julho de 2021, superando assim os valores pré-pandemia, mostrando que os portugueses preferiram, ou foram forçados a, tendo em conta as restrições de viagem que ainda vigoram, fazer férias cá dentro. Essas restrições notam-se no trambolhão que o número de dormidas de não-residentes deu em julho face ao mesmo mês de 2019, tendo-se registado uma queda de 67,6%.

Ainda assim, a tendência é de recuperação: em julho, Portugal recebeu 1,6 milhões de hóspedes e registou 4,5 milhões de dormidas no setor do alojamento, acima do um milhão de hóspedes e dos 2,6 milhões de dormidas do mesmo mês do ano passado. O mercado interno representou 2,7 milhões de dormidas, ou 59%, ao passo que as de estrangeiros foram 1,9 milhões.

O que tem valido às unidades de alojamento parece ser o cliente nacional. Agora, numa comparação entre 2021 e 2020, a queda das dormidas totais foi de 2,4% nos primeiros sete meses. As dormidas de não-residentes caíram 30,7% nesse período, mais do que compensadas pelas dormidas de residentes no País, que subiram 31,7%. Todas as regiões nacionais viram o número de portugueses turistas aumentar neste período.

Estrangeiros quase desapareceram face a 2019

As comparações com o último ano sem Covid-19 dão a dimensão da quebra sofrida pelo setor. Segundo o INE, nos primeiros sete meses do ano, e em comparação com o mesmo período de 2019, as dormidas caíram 67,4%. E, entre estas, a diminuição foi muito menos pronunciada entre os residentes, com um recuo de 31,5%, do que junto dos estrangeiros que nos visitam.

Contudo, lado a lado com 2019, perderam-se 82,1% das dormidas de estrangeiros nos primeiros sete meses do ano, uma queda à qual não foram alheias as restrições de viagem impostas por diversos países a Portugal e os confinamentos que, no início do ano, ainda estavam em vigor, tanto por cá, como noutros mercados importantes para nós.

Se os turistas que tradicionalmente visitam Portugal - como os britânicos e os espanhóis - fizeram-no menos nos primeiros sete meses do ano, os turistas polacos que nos visitaram neste período mais do que duplicaram. Foi a Polónia o mercado que teve um aumento mais pronunciado, seguida dos suíços e dos belgas, ambos com aumentos superiores a 30%.

O INE adianta também que, em julho de 2021, 19,1% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não receberam um único hóspede - uma melhoria, ainda assim, face aos 26% registados no mês anterior.

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