Ações do Benfica abrem dia a disparar após demissão de Vieira. Não valiam tanto desde a OPA que não aconteceu
Benfica SAD soma mais de 20% de valorização na abertura da Bolsa de Lisboa
Benfica SAD soma mais de 20% de valorização na abertura da Bolsa de Lisboa
Jornalista
A negociação bolsista após a saída de Luís Filipe Vieira da SAD do Benfica começou animada. Igualmente dinamizadas pela perspetiva de mudanças na estrutura acionista, as ações da SAD dispararam na abertura da sessão, com valorizações superiores a dois dígitos.
Depois de um ganho de 5%, os títulos da SAD estavam já a negociar 13% acima do valor de fecho de quinta-feira, para depois a valorização superar os 20%, seguindo agora nos 4,41 euros, de acordo com os dados da Euronext, a gestora da bolsa de Lisboa. As ações do Benfica valiam, no fecho de quinta-feira, 3,30 euros.
Desde março de 2020 que as ações da SAD do Benfica não chegavam a um valor tão alto, ou seja, voltaram a negociar nos valores impulsionados pela oferta pública de aquisição lançada pelo Benfica a 5 euros.
Essa OPA acabou por não acontecer, devido ao travão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e, com isso, os preços que estavam na altura dinamizados pela perspetiva daquela operação cederam e baixaram dos 4 euros, que só agora foram superados.
De qualquer forma, é de notar que os títulos das SAD costumam ter pouca transação diária, até porque a parcela dispersa em bolsa é diminuta, o que também faz com que um reduzido volume possa ter fortes implicações no preço.
Luís Filipe Vieira apresentou a sua demissão de funções na tarde de quinta-feira, já depois do fecho de mercado, pelo que não teve ainda influência aí e a abertura da sessão é a primeira em que o mercado reage à decisão. Vieira fê-lo após o Conselho Fiscal da SAD ter dito que ou saía de funções, ou teria de afastá-lo nos 30 dias seguintes, já que não podia continuar no cargo, tendo em conta a medida de coação que o impede de entrar em contacto com os outros membros da cúpula encarnada.
Neste momento, a estrutura acionista do Benfica sofre alguma indefinição, tendo em conta os acordos que José António dos Santos, o maior acionista individual, tem para a compra da participação de outros investidores qualificados (José Guilherme e Quinta de Jugais) para uma posterior venda de uma parcela de 25% ao americano John Textor – uma operação que precisa de ser aprovada pelo clube. Textor continua interessado em adquirir esta parte da SAD encarnada, como noticia o jornal "Nascer do Sol", e estará até disponível para aumentar o preço (atualmente em 8,60 euros por ação, que totalizam 50 milhões).
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