Economia

Sonae vende o seu lado surfista

Sonae vende o seu lado surfista
NUNO BOTELHO

Deeply passa para as mãos de uma dupla de investidores luso-chilena: António Cortez e Hernan Briones

A Sonae vendeu a Deeply, empresa que concentrava o lado surfista do grupo liderado por Cláudia de Azevedo, a uma dupla de investidores luso-chilena. O anúncio deste negócio, cujo valor não foi divulgado, surgiu esta quarta-feira mas em abril a sociedade de advogados Cuatrecasas já tinha informado que assessorou o comprador da Bright Brands Sportsgoods, proprietária da Deeply.

O português António Cortez, que agora assume a posição de diretor executivo da marca líder no surf em Portugal, e o chileno Hernan Briones, na presidência da empresa, já trabalham juntos há alguns anos em vários projetos, apresentando um portfólio dominado por negócios em áreas como a Agtech, Biotech, Foodtech e Wellness.

Thomas Fabre, diretor-geral da Deeply (à esquerda) e Ricardo Aragão, diretor de marketing, definiram uma estratégia de marca centrada na prancha, a olhar para o surf, mas também para o skate e para o snowboard Foto Rui Duarte Silva
Foto Rui Duarte Silva

A sede da empresa mantém-se no Porto, mas está prevista uma mudança de instalações "para refletir a principal inspiração da marca, o mar", dizem os novos donos.

“Inovar no surf representa verdadeiramente um mundo de oportunidades e, tanto o Hernan como eu, já tínhamos esta ligação intrínseca e emocional com o mar e com o desporto em si. Apostar na Deeply foi reconhecer o potencial que a marca ainda tem por explorar”, sublinha António Cortez, confiante "em relação ao futuro, ao crescimento e consolidação da marca - dentro e fora de portas ".

A Deeply assume, agora "uma nova estratégia a nível global que passa pela reestruturação de algumas áreas da empresa. "Reforçar a sustentabilidade do negócio, a experiência do consumidor e o envolvimento com a comunidade surfista são alguns dos objetivos dos novos e únicos acionistas da marca nacional", dizem em comunicado.

"O foco dos novos produtos estará na funcionalidade, na biomecânica do movimento e na mais recente tecnologia, sem nunca descurar o design e a acessibilidade. Algumas das principais novidades e inovações irão já ser desvendadas na próxima coleção, que será apresentada em setembro deste ano", referem.

Depois da Berg

A venda da Deeply surge depois da Sonae ter anunciado, já em 2019, que ia descontinuar a produção da nova coleção da Berg (outono -inverno). Na altura, o grupo deixou todos os cenários em aberto, da venda ao encerramento da empresa que estava na Sonae Fashion e agora integra o universo da Sonae MC.

Como o Expresso noticiou, então, a decisão estaria ligada à fusão entre a SportZone e a JD Sports, que deixou de fora a Berg e também a Deeply, marcas de pequena dimensão que precisavam de escalar vendas para avançar.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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