Economia

Qantara Capital chega a Grândola

Com o PRR no horizonte, a vila alentejana ganha um parque logístico e um novo hotel de quatro estrelas que promete ser “um hub jovem e criativo”

O valor do investimento é um segredo deste negócio, mas a Qantara Capital está a apostar em Grândola em duas frentes: a construção de um parque logístico com 130 hectares e um hotel de quatro estrelas no centro da vila alentejana.

Com a minuta do contrato de planeamento deste duplo projeto com a Câmara Municipal, assinada esta quinta-feira, fica aberto o caminho para duas obras que o presidente executivo da empresa de investimento e consultoria Qantara Capital, Hadrien Fraissinet, diz refletirem o “potencial e características excecionais” do município, “com enormes oportunidades de desenvolvimento e investimento para além dos óbvios empreendimentos na zona costeira”.

O gestor aproveitou, também, para elogiar a “estratégia de longo prazo” do município, adiantando que a empresa, especializada nos sectores do imobiliário e dos recursos naturais, construiu “uma carteira diversificada de projetos imobiliários no concelho”, além dos dois agora apresentados.

Em causa, no Parque Logístico de Grândola, a 8 km da vila, numa “localização estratégica”, conectada com o Porto de Sines e a nova ligação ferroviária do Corredor Internacional Sul para Espanha e para a Europa, está uma área de construção de 630 mil metros quadrados (m2), a que se somam mais 300 mil m2 de infraestruturas adjacentes, juntando 24 lotes industriais com 25 mil m2 cada, escala e modularidade para servir uma gama ampla de empresas, das linhas de montagem aos operadores de comércio eletrónico, armazéns e empresas de transportes, a par de um ramal e terminal ferroviária de carga privado, com conexões para o sul e para o norte do país e uma plataforma para armazenamento de contentores e vagões ferroviários.

Um viveiro e paisagem protegida

O parque logístico disponibiliza ainda um espaço de 15 mil m2 com hotel, restaurantes, lojas, escritórios e estacionamento com carregamentos elétricos e posto de combustível. O projeto, desenhado de acordo com os padrões LEED (uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida por uma organização não governamental) dedica 75 mil m2 a um viveiro de plantas e centro de jardinagem e preserva 240 mil m2 como paisagem natural de carvalhos e pinheiros.

O arranque da construção deste parque, apresentando como “um investimento de interesse público elegível para o Plano de Recuperação e Resiliência”, está previsto para 2023 e vai ser desenvolvido em quatro fases, com planeamento da empresa portuguesa CISED Consultores, em parceria com investigadores do Instituto Superior Técnico.

Quanto ao hotel Jardins de Grândola, a construir entre 2022 e 2023, resulta de um projeto de reabilitação urbana no centro da vila, com 50 quartos, a par de um edifício residencial com 3 apartamentos duplex e 3 penthouses, e de um parque de estacionamento.

De acordo com o promotor, vai posicionar-se no segmento boutique lifestyle e será “um hub jovem e criativo” para funcionar como “verdadeiro ponto de encontro da vila”, combinando alojamento de longa duração a pensar em profissionais que trabalhem na região, mas também em grupos e famílias. A assinatura é do atelier Promontório, “inspirado no imaginário da arquitetura chã alentejana”, com pequenos vão recortados no grande volume caiado de branco.

“Responde aos investimentos sem precedentes nas áreas da indústria, transportes, agricultura, energia e turismo que o município e a região têm atraído”, diz o comunicado da Qantara, a desenvolver projetos em Portugal desde 2015.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate