A Comissão Europeia (CE) incluiu Portugal no grupo dos países com desequilíbrios macroecoóomicos, no âmbito do Pacote de Primavera do Semestre Europeu, divulgado esta quarta-feira por Bruxelas. Muito por causa da combinação de elevada dívida privada, pública e também externa, alerta Bruxelas.
"As vulnerabilidades relacionam-se com grandes stocks de responsabilidades externas, dívida pública e privada", aponta a CE, lembrando que "o crédito malparado continua elevado, num contexto de baixo crescimento da produtividade". Bruxelas aponta ainda que o impacto da crise de covid-19 no turismo "é importante, incluindo no futuro próximo".
Questionado na conferência de imprensa sobre se a CE está preocupada com a evolução da despesa pública portuguesa e o impacto nas contas públicas das medidas de apoio adotadas para mitigar o impacto da crise pandémica, Valdis Dombrovskis, vice-presidente da CE, destacou que as recomendações para Portugal "são similares às dos países mais endividados". Ou seja, "recomendamos a manutenção dos apoios, mas aconselhamos prudência, tendo em conta a estabilidade de médio prazo".
Já o comissário com o pelouro da Economia, Paolo Gentiloni, lembrou que "Portugal foi o primeiro país a apresentar o seu Programa de Recuperação de Resiliência", frisando a "boa cooperação" entre o Governo português e os serviços da CE.
Gentiloni reconheceu que os desafios em relançar a economia portuguesa têm "algumas dificuldades específicas, como a evolução do turismo internacional". Essa "é uma das razões porque temos uma estimativa de crescimento mais forte em 2022 do que em 2021".
"Vai ser gradual, mas estamos bastante confiantes que o Programa de Recuperação e Resiliência vai dar um forte contributo ao relançamento da economia portuguesa", frisou Gentiloni.
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