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Avaliação bancária para a compra de casas cresce 8% em termos hómologos

O subarrendamento está a animar o mercado imobiliário
O subarrendamento está a animar o mercado imobiliário
luís barra

À medida dos progressos no controlo da pandemia e dos avanços na vacinação, o setor imobiliário mantém as tendências de crescimento da procura registadas desde o final do ano passado. O valor mediano de avaliação bancária subiu para 1.200€ /m2 em abril, mais 1,1% face ao mês anterior, revelou esta quinta-feira o INE.

O avanço na vacinação e no desconfinamento suporta, em parte, a tendência de subida da avaliação bancária. Um indicador que também reflete a projeção dos bancos quanto à evolução da sua própria carteira de crédito imobiliário

O valor mediano de avaliação bancária para a habitação foi de 1.200€ /m2 em abril, correspondendo a um aumento de 1,1% face ao mês anterior, acompanhando assim a tendência de crescimento verificada desde Abril de 2020 e que em termos homólogos é de cerca de 8%, contra 6,9% em março.

De acordo com o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação do INE, publicado esta quinta-feira, o número de avaliações consideradas chegou a cerca de 28 mil, mais 29,6% do que no mesmo período do ano anterior, altura em que Portugal vivia o primeiro confinamento.

“A tendência está em linha com o crescimento verificado ao nível dos preços médios por m2 de alojamentos familiares que no 4º trimestre de 2020, se encontrava a crescer em comparação com o período homólogo de 2019 a uma taxa de 7,8%, cifrando-se no início do ano esse preço médio no valor de 1.188€ / m2”, nota Gustavo Soares.

O administrador e proprietário da Engel & Völkers Porto acrescenta que este crescimento é sustentado também pelos níveis de procura de casas por parte de clientes nacionais e estrangeiros e pela diminuição das taxas de juro implícitas no crédito habitação que se encontram numa tendência de baixa, verificada desde Setembro de 2020 e que naturalmente impulsiona a procura de casas através do crédito à habitação.

Primeiro confinamento obrigou a ajustes de menos 20%

Para Ricardo Sousa, administrador executivo da Century 21, os dados agora revelados traduzem a evolução natural da avaliação bancária, após o primeiro confinamento, que se está a alinhar novamente com os valores reais dos imóveis e com as tendências do mercado, tendo em consideração a evolução positiva da procura e do número de transações imobiliárias. O responsável recorda que, no início da pandemia e durante o primeiro confinamento, os peritos avaliadores inseriram uma cláusula de salvaguarda nos seus relatórios de avaliação bancária pela incerteza e desconhecimento do impacto da COVID-19 no mercado imobiliário.

“Este ajuste nas avaliações chegou a atingir os 20%, em termos de redução do valor estimado. Outra situação que se verificou durante a pandemia foi o recurso a avaliações on-desk, ou seja efetuadas à distância, que naturalmente eram mais conservadoras”, afirma.

Norte com crescimento expressivo

O valor mediano mais elevado das avaliações de apartamentos foi observado na Área Metropolitana de Lisboa (1.582 euros/m2) e o mais baixo no Alentejo (853 euros/m2), tendo o Norte apresentado o crescimento homólogo “mais expressivo” (9,1%) e o Alentejo a única descida (-0,6%), nota o INE. Numa análise por regiões NUTS II, o INE adianta que em abril de 2021, a Área Metropolitana de Lisboa, o Algarve e a Região Autónoma da Madeira apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país (32%, 30% e 2% respetivamente). A outra face da moeda é dada pelas regiões do interior, com as Beiras e Serra da Estrela a apresentar o valor mais baixo em relação à mediana do país (-44%).

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